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Placas sobre riscos à saúde assustam alunos

Estudantes tiraram fotos dos avisos para compartilhar nas redes sociais; diretor garante que não há perigo

Por Paulo Saldaña
Atualização:

As palavras "riscos à saúde", ilustradas em três placas no entorno do gramado central da USP Leste, assustaram alunos e funcionários. Além de os professores terem decretado greve, estudantes tiravam fotos das placas e comentavam pelos corredores e nas redes sociais.Lucas Kewin, de 22 anos, foi um dos alunos que registraram fotos das placas para compartilhar nas redes sociais. "Nos últimos quatro anos, passei tardes deitado na grama. Agora, fecharam parte do gramado e não dão detalhes", diz ele, aluno do 4.º ano do curso de Sistemas da Informação. Toda a área do gramado central foi interditada.Aluna de 1.º ano do curso de Obstetrícia, Camila Borges, de 18 anos, soube pelo Facebook da situação do câmpus. "O problema é não termos informação do que foi feito, a USP não mostra nenhuma prova das ações", afirma. A colega Beatriz Calegari, de 23 anos, tem ainda mais dúvidas. "Há boatos de que a água daqui também não é boa, queria mais informações", diz.Para o aluno Marcel Abe, de 25 anos, de Ciências da Natureza, a situação é uma incógnita. "Como são gases poluentes, nem podemos saber se estamos sofrendo algum mal."O diretor da USP Leste, José Jorge Boueri Filho, informou que a água do câmpus é da rede da Sabesp, não havendo nenhum uso de água do subsolo. Boueri disse que vai reunir nesta manhã alunos e funcionários para explicar a situação. "Não havíamos tido acesso à infração e também fiquei assustado com as placas. Mas não há nenhum risco à saúde", completa.A USP vem se comprometendo a cumprir as exigências ambientais desde 2005, quando foi inaugurada em terreno poluído, às margens do Rio Tietê. Em 2007, a unidade informou que havia instalado o sistema de extração e monitoramente de gás, mas em 2011 a unidade foi multada pela Cetesb por ter gás em seu subsolo - foi detectado que os drenos da unidade não estavam funcionando.Contaminação. No mesmo ano, já havia sido detectado depósito de terras suspeitas em parte do terreno. "Após análise laboratorial, concluiu-se estarem contaminadas. Instaurada sindicância para apurar responsabilidades, esta concluiu pela realização de ações que estão sendo avaliadas e desenvolvidas pela universidade", informou a USP, em nota.Apesar do histórico, a Cetesb emitiu, em novembro de 2012, a Licença de Operação, que estabelecia exigências para sanar os problemas decorrentes da disposição de resíduos ocorrida no passado. A autuação indica que nada foi feito.

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