Pioneiros, ''Gigantes'' continuam na estrada

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Por Paulo Sampaio
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Desde Ted Boy Marino, a luta livre não se via tão associada a um nome quanto o do grupo Gigantes do Ringue. Isso foi lá no fim dos anos 1980, mas seu fundador, Michel Serdan, hoje com 68 anos, mantém a mesma energia."Recentemente, a gente reuniu 15 mil pessoas em Peruíbe", conta. A fama veio com o programa dos GDR na TV Record - na era pré-evangélica. "Quando o bispo assumiu, percebi que ele não achava graça no programa", conta. Logo, os gigantes foram dispensados. Embora o melhor seja ouvir as boas histórias de Serdan, como quando lutou em uma jaula, em 1987, ele também fala sem disfarçar que já foi "bem maior". Fisicamente, como atestam as fotos penduradas em sua academia - e ele mesmo gosta de dizer -, Serdan era um "monstro". Diagnosticado com diabetes, ele "diminuiu" (no jargão dos bombados) mais de 10 quilos. A equipe dos gigantes também deu uma minguada. Dos mais de cem lutadores que tinha em seu "casting" nos tempos áureos, sobraram 20.Mas Serdan faz questão de dizer que não perdeu esses atletas para a BWF, à qual ele não perde uma oportunidade de alfinetar. "Todos eles foram um dia dos Gigantes. E a decisão de desligá-los do grupo foi minha", diz. Ao contrário dos integrantes da BWF, que se vestem de personagens e seguem um enredo, os gigantes priorizam a forma física "grande". Ter 2 metros de altura e pesar 140kg não é tão inusitado no grupo. "Os de 1,80m são considerados baixos", diz Serdan, que nasceu Antônio Carlos Aquino, estudou em um seminário de padres salesianos e começou a lutar judô aos 8 anos.Seu "nome artístico" é uma homenagem ao campeão de boxe francês Marcel Cerdan. Boas lembranças. O veterano é acompanhado na entrevista pela mulher, Aida, que é um verdadeiro arquivo de (boas) lembranças. "Nós fomos os primeiros, os maiores e, até hoje, os melhores", afirma ela, acrescentando que os gigantes são "os únicos" que têm um programa na TV.Vai ao ar às 23h40 de sábado, na Rede Brasil de Televisão (50 UHF).

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