A Secretaria Estadual da Segurança Pública destacou o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), grupo da Polícia Civil especializado nas investigações contra o crime organizado, para identificar pichadores de rua que atuam na capital paulista. O crime, que é na verdade um delito ambiental, virou alvo de uma “cruzada” capitaneada pelo prefeito João Doria (PSDB). Em entrevista ao Estado, Doria defende ações da Prefeitura.
Por que o senhor declarou guerra aos pichadores? Amo a arte. Sou totalmente a favor da arte urbana, com muralistas e o grafite. Só entendo que precisa ter disciplina. Não pode a cidade inteira estar grafitada. Até porque estabelece uma conexão com aqueles que julgam o que fazem como arte. E não é. Pichador não é artista. É agressor.
Mas por que entrar nisso? É como se um museu não pudesse estar dentro de um museu. Tivesse de ser a cidade inteira como museu. O fato de ter um museu implica em ter um ambiente adequado, seguro, para que as pessoas possam admirar a arte. A ideia é criar amplas áreas na cidade, para que eles possam expressar e revigorar sua arte, para que você possa ter um café, comprar uma camiseta, uma reprodução dessa obra, criar sustentabilidade para grafiteiros e muralistas.
O senhor gosta de algum grafite na cidade? Gosto muito do (Eduardo) Kobra. Acho brilhante, competente, justifica o fato de ele ter internacionalizado suas obras. E Osgêmeos, que estão a maior parte do tempo nos Estados Unidos.
Há alguma pichação que o incomodou mais? A ponte estaiada (Ponte Octavio Frias de Oliveira, na zona sul). Aquilo foi um absurdo. Um dos símbolos da cidade. Era uma questão de honra limpá-la. Não há pessoas de bem que possam aprovar essa destruição. Estamos pedindo que denunciem os pichadores.
Não é um tema banal diante de outros problemas? Estou preocupado com tudo o que é importante para a cidade. Minha obrigação é cuidar da cidade. Não há nada que mude minha decisão de ser um grande zelador.