PF prende 15 e mira grupo suspeito de usar funcionários do Aeroporto de Guarulhos no tráfico

Segundo a investigação, quadrilha cooptava prestadores de serviço para colocar cocaína em aviões comerciais, em voos regulares; carregamento era enviado para Europa

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Por Raphael Preto Pereira
Atualização:

A Polícia Federal prendeu 15 pessoas na manhã desta terça-feira, 19, em uma operação contra uma quadrilha que usava funcionários do Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, para o tráfico internacional de drogas. Segundo a investigação, o esquema envolvia cooptar funcionários e prestadores de serviços do terminal de Cumbica para que colocassem carregamentos de cocaína dentro de aviões comerciais, que faziam voos regulares. Ainda não há informações sobre os detidos. 

Grupo criminoso atuava cooptando funcionários e prestadores de serviços, diz PF Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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Os policiais federais cumprem mandados expedidos pela 5ª Vara da Justiça Federal em Guarulhos, dos quais 23 são mandados de prisão preventiva e 24 de busca e  apreensão. Além de Guarulhos, as medidas ocorrem na capital, Sorocaba e Praia Grande. Também é cumprido um mandado em Portugal. 

Ainda conforme a PF, a investigação começou no ano passado. Desde o início do trabalho, foram apreendidos 887,5 kg de cocaína em nove ocorrências: três em Guarulhos, duas em Lisboa, uma em Frankfurt, na Alemanha, e três em Amsterdã.  Foram determinados também o sequestro/arresto de todos os bens imóveis e veículos, e de todos os valores depositados em contas bancárias e aplicações financeiras em nome dos investigados. O montante é de aproximadamente R$ 53 milhões.

Os criminosos, aponta a investigação, passaram a se organizar por meio da divisão de tarefas e responsabilidades, existindo uma coordenação hierárquica que atuava na parte externa do aeroporto e que seria responsável por comprar e armazenar grandes quantidades de cocaína Os investigados serão indiciados pelos crimes de tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico, cujas penas variam de 10 a 25 anos de prisão.

Procurada, a GRU, concessionária responsável pelo aeroporto, disse que :" a operação desta terça-feira (19/07) está sendo inteiramente conduzida pelas autoridades competentes."  A operação ganhou o nome de Bulk, em alusão a um dos compartimentos de carga de aeronaves comerciais de longo curso (bulk cargo), no porão, perto da parte traseira da aeronave. 

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