PF flagrou conversa sobre atentado a juíza

Escuta telefônica feita em 2009 gravou bicheiro falando que 'a pessoa que bate o martelo iria chorar lágrimas de sangue'

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Por Bruno Boghossian e Pedro Dantas
Atualização:

Escuta telefônica feita em 2009 pela Polícia Federal flagrou conversa em que o bicheiro Luiz Anderson Coutinho discute suposto atentado contra a juíza Patrícia Acioli, executada na semana passada em Niterói. Segundo a PF, o contraventor de São Gonçalo - onde Patrícia atuava - afirma que "uma bomba iria explodir" e "a pessoa que bate o martelo iria chorar lágrimas de sangue". Os investigadores identificaram no grampo possível ameaça de agressão à juíza ou a parentes. Na ligação, Coutinho afirma que "a ordem já teria sido dada por ele". O bicheiro demonstrava "grande rancor" em relação à magistrada, que meses antes havia decretado sua prisão preventiva. Na ocasião, Patrícia relatou ter encaminhado o documento da PF ao Tribunal de Justiça do Rio. O Ministério Público do Rio informou que a ameaça foi investigada e arquivada em outubro de 2010, pois informações posteriores apontavam "não ter procedência a ameaça relatada". Em outro documento, de 2007, ela afirma estar "surpresa" com a redução de sua escolta, de três para um policial. "Não entendi o tratamento que foi dado ao caso", escreveu. "Esta magistrada não pediu segurança porque entende que a avaliação sobre a necessidade ou não da medida não lhe cabe, mas se esta for necessária deve ser eficiente." Recife. O Tribunal de Justiça de Pernambuco disse ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que investigações do próprio TJ e da Secretaria de Defesa Social concluíram não haver ameaça à juíza Fabíola Michelle Muniz Mendes, que atua no sertão. Em julho, o CNJ deu liminar determinando escolta à magistrada. Segundo o TJ, cabe ao CNJ decidir se mantém ou suspende a escolta. A juíza registrou boletim de ocorrência em junho dizendo sofrer ameaças de policiais militares que a escoltavam e eram acusados de tortura em um processo sob sua responsabilidade. Anteontem, o CNJ decidiria se Fabíola teria escolta permanente, mas adiou a sessão. / COLABOROU ANGELA LACERDA

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