26 de janeiro de 2011 | 00h00
Duas semanas após a enxurrada que matou 827 pessoas (segundo dados de ontem da Polícia Civil) na região serrana do Rio, um dos municípios afetados iniciou campanha para atrair visitantes, informando que a destruição ocorreu "longe dos pontos turísticos e prédios tombados do centro histórico". "Petrópolis Tá Legal" é o mote da campanha institucional lançada pelo prefeito Paulo Mustrangi (PT) no Museu Imperial, principal atração turística da cidade. Após a tragédia, o público do museu caiu 90% em relação a janeiro de 2010.
Petrópolis contabilizava até ontem 67 mortes, 45 desaparecidos, 5.696 desalojados e 188 desabrigados. Foi o terceiro município em número de vítimas, bem abaixo de Nova Friburgo (395 mortes) e Teresópolis (329).
"Visitantes e turistas precisam saber que "Petrópolis Tá Legal"", frisa a prefeitura no texto de apresentação da campanha. O município destaca que as chuvas atingiram "áreas isoladas, como Vale do Cuiabá e Boa Esperança, que ficam entre 10 e 15 km do centro comercial do distrito de Itaipava e mais longe ainda do centro histórico".
O turismo representa um quinto da economia do município. A prefeitura informa que "apenas cinco dos mais de cem equipamentos de hospedagem foram atingidos". Segundo a Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis, 79% das reservas de janeiro foram canceladas em 25 hotéis. Outra pesquisa, realizada em 20 hotéis pelo Petrópolis Convention & Visitors Bureau, informa que 87% das reservas para o carnaval foram canceladas, totalizando prejuízo de R$ 1,6 milhão.
Doações. O Corpo de Bombeiros do Rio informou ontem que recolheu e distribuiu 359 mil litros de água e 334 toneladas de alimentos não perecíveis e produtos de higiene pessoal às vítimas na região serrana. As doações foram feitas nos 106 quartéis da corporação no Estado.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.