Perueiros de SP decidem parar a partir de quarta; greve deve afetar 3,5 milhões

Em assembleia, motoristas rejeitaram proposta da Secretaria Municipal de Transportes de reajuste de 2% nos repasses de tarifas; vans particulares devem trabalhar normalmente

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Por Ana Conceição e da Agência Estado
Atualização:

SÃO PAULO - Cerca de 6 mil motoristas de micro-ônibus da cidade de São Paulo entrarão em greve a partir da zero hora de quarta-feira, 28. A decisão foi tomada em assembleia realizada ontem à tarde, na Praça da Sé, centro da capital paulista, da qual participaram cerca de 3 mil trabalhadores, segundo o Sindicato dos Proprietários de Veículos Profissionais Autônomos que Trabalham no Transporte de Passageiros Através de Lotação em São Paulo (Sindlotação). A greve não tem data para terminar e deve afetar os cerca de 3,5 milhões de passageiros que usam o sistema de transporte por micro-ônibus.O cálculo é do vereador Senival Moura (PT), presidente do Sindlotação. A entidade representa as cooperativas que trabalham como permissionárias da Prefeitura - as vans particulares devem trabalhar normalmente. Na assembleia de ontem, os motoristas rejeitaram a proposta da Secretaria Municipal de Transportes de reajuste de 2% nos repasses. A categoria pede 12%. Segundo Moura, há dois anos a administração municipal não reajusta os valores, período em que, segundo ele, os custos operacionais cresceram entre 15% e 20%. "Nosso contrato garante correção de valores a cada 12 meses, o que não tem acontecido", disse. Moura lembra que o preço das passagens foi elevado em 17,4% em janeiro, de R$ 2,30 para R$ 2,70.JudiciárioOutra categoria a anunciar paralisação das atividades foi a dos servidores do Judiciário de São Paulo, que entrarão em greve por tempo indeterminado a partir de amanhã. De acordo com o presidente do Sindicato União dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de São Paulo, Wagner José de Souza, a categoria tem 42 mil funcionários na ativa e 9 mil aposentados.A meta é que a paralisação atinja ao menos 15 mil servidores, ou 35% dos empregados ativos. Eles reivindicam 20,16% de reposição de perdas salariais, melhores condições de trabalho e contratação de funcionários. A última greve por tempo indeterminado dos servidores da Justiça do Estado ocorreu em 2004, quando cruzaram os braços por 91 dias.

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