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Peritos acham pá da hélice e apontam 'queda incrivelmente vertical' de helicóptero

Aeronave onde estavam o filho do governador Geraldo Alckmin e outras quatro pessoas caiu em Carapicuíba na quinta-feira. Ninguém sobreviveu

Por Diego Zanchetta , Fabio Leite , Jerusa Rodrigues e Rafael Italiani
Atualização:

O rompimento de uma das cincos pás que formam a hélice é a provável causa da

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queda do helicóptero que matou o filho caçula do governador Geraldo Alckmin (PSDB), Thomaz Alckmin, de 31 anos, e outras quatro pessoas na quinta-feira

, 2, em Carapicuíba, na Grande São Paulo. A Polícia Civil já sabe que as peças haviam passado por manutenção no dia do acidente.

A pá que se soltou da aeronave foi localizada por peritos da Aeronáutica por volta das 10 horas desta sexta-feira, a cerca de 200 metros do local da tragédia. Imagens gravadas por uma câmera de segurança mostram a queda brusca do helicóptero no condomínio e logo depois a peça caindo sobre o mato. “Depois que quebrou a hélice, ele perdeu o controle e caiu rodopiando”, disse Magno Santos, frentista que testemunhou o acidente.

Para um dos peritos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) que estavam no local, o rompimento da peça durante o voo ajuda a explicar a “queda incrivelmente vertical” da aeronave sobre a casa de Maura Fuchs. “Meu marido estava varrendo o jardim onde o helicóptero caiu. Ele ouviu o barulho e só deu tempo de correr uns três metros para não ser atingido.”

Seis minutos. O Airbus Helicopter EC 155, de fabricação francesa, decolou de um heliponto da Helipark, em Carapicuíba, às 17h02 para um voo de teste, segundo a empresa, e caiu seis minutos depois, de acordo com a Polícia Miliar.

“A pá desprendeu da cabeça do rotor e isso não é comum. Pode ter quebrado o parafuso de fixação, pode ter faltado o pino de segurança, são suposições. Mas uma das possibilidades mais prováveis para soltar a pá é a falta do pino, que pode ter ocorrido por falha humana, por não ter sido preso direito, ou porque o material veio com defeito”, disse o piloto Gustavo Penna, de 33 anos, que conhecia Thomaz havia 6 meses.

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“Quando uma das pás se solta, quebra ou parte, há um desbalanceamento da aeronave. Rompe, explode o motor. Vai desencadeando uma série de outras circunstâncias que culminam para a catástrofe final”, explica Carlos Camacho, ex-piloto e ex-diretor de segurança de voo do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNAS).

Outros pedaços do helicóptero caíram sobre casas vizinhas ao local do acidente. Peritos do Cenipa só conseguiram começar a remoção dos destroços da aeronave por volta das 14h30. O trabalho chegou a ser suspenso por causa da quantidade de gasolina espalhada na área dos escombros. O Corpo de Bombeiros teve de ir ao local para “lavar” a área.

Com base nos fragmentos, os peritos e os investigadores da Polícia Civil tentarão descobrir o que motivou o rompimento da pá. A Seripatri, empresa proprietária do helicóptero, e a Helipark, responsável pela manutenção, não se pronunciaram ontem sobre o encontro da pá e sobre a manutenção da hélice.

Pá de um dos rotores do helicóptero que caiu em Carapicuíba, matando cinco pessoas, entre elas o filho do governador Geraldo Alckmin (PSDB) Foto: Diego Zanchetta/Estadão
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