Perícia diz que criança morreu porque balanço de hotel estava podre

Laudo divulgado nesta sexta-feira, 3, aponta que a viga de sustentação do brinquedo estava se decompondo

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Por Chico Siqueira
Atualização:

Texto atualizado às 19h50.

ARAÇATUBA - Laudo divulgado na manhã desta sexta-feira, 3, pelo Instituto de Criminalística (IC) de Piracicaba, informa que estava podre a viga de madeira que sustentava o balanço que matou uma menina de quatro anos de idade, Inês Schaller, no dia 23 de julho, no Grande Hotel São Pedro, em Águas de São Pedro, no interior de São Paulo. De acordo com o perito criminal Jefferson Willians de Gaspari, responsável pelo laudo, o acidente foi causado por uma ruptura na região em que a viga se encaixava nas duas colunas laterais, também de madeira, que a sustentavam. "Em função de a madeira estar comprometida, degradada, em estado de decomposição, a viga se rompeu e despencou sobre a criança", disse. Segundo o perito, a decomposição da madeira era tão antiga, que a perícia encontrou raízes no material. "Essa viga estava há muito tempo sofrendo as intempéries do tempo e por isso estava em decomposição, tanto que encontramos raízes nela, formando um substrato adequado ao desenvolvimento de plantas", disse. O perito afirmou que a situação ocorreu porque, muito provavelmente, o brinquedo não passou pelas manutenções previstas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). "A associação prevê que este tipo de brinquedo deve passar por manutenção de técnicos especializados pelo menos duas vezes por ano. Muito possivelmente isso não aconteceu ou, se aconteceu, a manutenção foi mal feita", declarou. Segundo Gaspari, uma manutenção poderia ter evitado a morte da garota.Outra irregularidade, segundo o perito, foi encontrada na maneira como a viga era presa às colunas. "As normas técnicas estabelecem que as ligações mecânicas entre peças de madeira sejam presas por dois pinos de metais, para sustentar a vibração do brinquedo. Lá, a viga estava presa com um pino", disse.O hotel informou que não obteve conhecimento do laudo da perícia técnica divulgado pelo IC e que se pronunciará apenas quando tiver acesso ao documento oficial.

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