21 de agosto de 2015 | 15h47
Atualizada às 23h24
SÃO PAULO - A reconstituição da morte do zelador aposentado Florisvaldo Carvalho Rocha, de 78 anos, realizada na tarde desta sexta-feira, 21 sob o Minhocão, em Santa Cecília, no centro, confirmou a versão do acidente informada pelo administrador de empresas Gilmar Raimundo Alencar, de 45 anos, condutor da bicicleta que atingiu Rocha: o atropelamento foi na rua, não na ciclovia instalada embaixo do elevado.
“A perícia comprovou a versão dele (Alencar), que declarou que andava na faixa de ônibus”, reconheceu o delegado Lupércio Antônio Dimov, titular do 23.º DP (Perdizes), que apura o acidente. Anteontem, ele havia dito que desconfiava que Alencar pudesse ter “se confundido” ao descrever a colisão, afirmando suspeitar de que o atropelamento acontecera na ciclovia.
O fato de a morte ter sido resultado de uma batida com uma bicicleta reacendeu a polêmica sobre a ciclovia do Minhocão, aberta há duas semanas e alvo de críticas por causa de pontos cegos que dificultavam a visão de pedestres e ciclistas.
“Estava na faixa de ônibus. Se cometi qualquer infração, devo ser responsabilizado”, declarou o ciclista. “Se há a necessidade de um debate sobre as ciclovias, não deve ser por causa desse caso. Falta respeito por parte de todos: pedestre, ciclista, motoqueiro, motorista e ônibus.” Alencar avaliou que tanto ele quanto Rocha - que cruzou a via fora da faixa - foram corresponsáveis. Para o delegado,
Alencar pode ter sido imprudente por não estar na ciclovia e, assim, responder por homicídio culposo (sem intenção). Mas Dimov também afirmou que a travessia do zelador, há 20 metros da faixa de pedestres, foi “irregular”.
Filho de Rocha, o administrador Eduardo Carvalho contou não acreditar na versão comprovada pela perícia. “Mas é difícil dizer, porque não vi os fatos.”
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