Perícia atrasa mais de 5 horas para análise do Viaduto Pompeia

Horário de chegada dos policiais civis impede vistoria na estrutura, que não tem data para reabrir

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 SÃO PAULO - A Prefeitura de São Paulo não sabia informar, até as 20 horas de terça-feira, 10, quanto tempo vai durar a interdição no Viaduto Pompeia, na zona oeste. A estrutura foi abalada por um incêndio na segunda-feira, 9, no barracão da escola de samba Mocidade Alegre, que funcionava embaixo da estrutura. A administração municipal não pôde fazer a análise do local porque a perícia da Polícia Científica demorou 5h30 para aparecer.

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De manhã, às 10h30, a cidade registrou 122 km de congestionamento - a média para o horário é de 53 km -, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). O problema foi agravado pela chuva que caiu durante todo o dia e pela suspensão do rodízio municipal de veículos - que vai até sexta-feira (volta na segunda).

A Secretaria de Estado da Segurança Pública diz que a perícia foi notificada sobre o final do trabalho de rescaldo dos bombeiros no fim da manhã de ontem, mas que a equipe estava atendendo a uma outra solicitação e não pôde ir ao viaduto imediatamente. Eles só chegaram lá às 16h30. O trabalho de perícia foi feito em 55 minutos.

Embora o incêndio na escola de samba tivesse sido controlado ainda na segunda-feira, o trabalho de rescaldo dos bombeiros avançou madrugada a dentro e só terminou às 11h de terça.

A Prefeitura afirma que só poderia avaliar a gravidade dos danos na estrutura do viaduto depois de limpar o lugar - os estragos foram tantos que vai ser preciso usar um jato de areia para fazer a limpeza. Mas diz que não tinha autorização para começar o serviço enquanto a Polícia Científica não fizesse a perícia para determinar as causas do acidente.

Assim, agentes da Prefeitura passaram toda a tarde observando o lugar destruído, limpando o grosso da sujeira com vassouras.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública afirma que a perícia foi chamada ainda na segunda-feira, antes mesmo do incêndio terminar. Só que, quando os peritos chegaram, foram avisados pelos bombeiros que o fogo ainda não tinha sido controlado.

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Liberação. Depois do final da perícia, foi a vez da Prefeitura postergar a vistoria que vai dizer quanto tempo o viaduto ficará fechado.

A Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras, até esta terça, ainda chamava empresas e organizava as equipes de limpeza para retirar as carcaças metálicas, restos de madeira e de isopor debaixo do viaduto e para limpar as cinzas que ficaram no concreto. Só com o local limpo será possível avaliar os danos estruturais.

Construído com o método “caixão perdido”, com o concreto moldado entre madeira e metal, a ponte tem três pontos com desmoronamentos na parte de baixo. Os trincos provocados pelo calor criaram várias fissuras sob o viaduto que, com a chuva, se transformaram em goteiras.

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