
28 de maio de 2011 | 00h00
1.Um piloto deve permanecer o tempo todo dentro da cabine durante o voo?
Não. As pausas de repouso são regulamentadas por convenções internacionais em voos de longa duração. Apesar de o comandante não estar na cabine, a composição da tripulação estava em conformidade com os procedimentos.
2. A zona de turbulência pela qual passou a aeronave pode ter contribuído para a queda do avião?
Sim. Entre 1h59 e 2h01, o piloto afirma que "infelizmente não podemos subir, porque a temperatura está diminuindo menos rapidamente que o esperado". Eram condições excepcionais e a tempestade pode ter influenciado no entupimento dos pitots, principal hipótese para explicar a queda do avião. Rajadas de vento e gelo podem ter danificado as sondas de velocidade do avião.
3. O piloto automático foi desligado durante o processo. Isso é normal?
Sim. Em casos de turbulência ou em variações bruscas de velocidade, o piloto automático, sob risco de travar e paralisar certos comandos do avião, precisa ser desligado.
4. Um dos indicadores mostra perda brutal de velocidade. O alarme de perda de sustentação aerodinâmica dispara. O que deve fazer um piloto nessa situação?
O correto seria "ceder o nariz" - embicar a aeronave para baixo para estabilizar o avião e depois ganhar velocidade. Mas os pilotos não tinham informações corretas e decidiram empinar o nariz do avião.
5. Os dados divulgados ontem indicam erro dos pilotos?
Não se pode afirmar isso. Segundo especialistas, se houve algum equívoco da tripulação, foi o de não ter desviado da tempestade que teria danificado os pitots do avião.
6. Por que as ações dos pilotos não deram certo?
Sem informações corretas de velocidade, altitude e inclinação, os pilotos voavam "no escuro". Também é possível que não tenham visto um segundo foco de tempestade logo após o primeiro.
7. Os simuladores de voo preparam os pilotos para enfrentar essa situação?
Sim, o treinamento existe.
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