08 de outubro de 2012 | 08h42
"Vimos que muitas pessoas querem desabafar, inspirar ou motivar os outros e que querem ser ouvidas, querem se expressar, sendo artistas ou não. Acho que vamos até descobrir novos talentos", diz Bia.
Quem quer participar pode mandar a foto com a mensagem por e-mail no inspirationpage@gmail.com, ou postar a foto no Instagram ou no Pinterest com a tag #asruasfalam. O único critério é ter alguma frase. Só grafite ou pichação não vale.
Em menos de um mês elas já receberam mais de 200 imagens - e não só de São Paulo. Segundo Bia, há manifestações de Brasília, Bento Gonçalves (RS), São Luís (MA), Nova York, Buenos Aires e Montevidéu.
Muro. O projeto olheosmuros, por sua vez, quer registrar qualquer tipo de manifestação artística, poética e filosófica em muros, calçadas, placas, postes, paredes: de mensagens a grafites, desenhos, pichações ou colagens. As imagens são postadas com endereços, para que as pessoas possam visitar o local. A compilação começou no Twitter (@olheosmuros) há três anos e foi expandida para o Tumblr (olheosmuros.tumblr.com).
"O olheosmuros foi pensado e criado como um coletivo, para agregar todas as pessoas observadoras das cidades, de seus muros, poesias e artes", disse o advogado Eduardo Perazza de Medeiros, de 29 anos, que teve a ideia, ao lado da publicitária Gabriel Serio, de 26. Hoje o perfil tem quase 1,5 mil seguidores no Twitter e mais de 30 mil no Tumblr.
Desde 1998, pichação é crime no País, com pena de 3 meses a 1 ano de reclusão, além de multa. Já o grafite não é considerado crime - desde que a obra seja feita com o fim de valorizar o patrimônio público ou privado e tenha autorização do dono do imóvel. O entendimento foi estabelecido no ano passado, com lei que proibiu a venda de tinta spray a menores de 18 anos. No dia 1.º, a Praça Roosevelt, no centro de São Paulo, amanheceu pichada, um dia após sua reinauguração.
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