13 de julho de 2011 | 00h00
Solteiro e pai de dois filhos, Roberto já havia vivido outras duas tragédias pessoais nos anos anteriores ao do acidente: perdeu um sobrinho em 2005 e a mãe em 2006.
"Não tenho vergonha de dizer que faço terapia até hoje. Depois do acidente, perdi o rumo, não sabia mais quem eu era", conta. "Sou o Roberto pai de dois filhos? Sou o irmão do Mario? Sou um "parente de vítima" dando entrevista na televisão em horário nobre? A verdade é que jamais serei o mesmo."
Nem todos da família de Roberto participam das reuniões e homenagens às vítimas. "É assim mesmo. Tem gente que não gosta nem de falar sobre o assunto. Cada um assimila de maneira diferente."
As proporções tomadas pelo acidente até hoje impressionam Roberto. "Existe a perda familiar, mas também a perda em âmbito nacional. Eu vi pela televisão o avião pegando fogo. As pessoas ainda comentam, lembram do que aconteceu e do que elas estavam fazendo naquele dia, naquela hora. Aquilo marcou tanto o imaginário popular que se tornou um segundo 11 de setembro até para quem não perdeu ninguém na tragédia."
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