'Perdemos um patrimônio de SP', diz cliente

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Por Redação
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A notícia da interdição do Bar Leo, no centro de São Paulo, deixou muitos paulistanos chocados. Mais do que clientes, assíduos ou não, muitos frequentadores eram fervorosos admiradores da fórmula de sucesso, construída em cima de um excelente chope, quitutes deliciosos, e um atendimento desleixado, que virou folclore. "Tomar o chope de pé na calçada, acotovelar-se entre os clientes e gritar por mais um chope faziam parte da tradição do local", diz o economista Daniel Rodrigues Ferreirinho, de 45 anos, que chegou a frequentar o estabelecimento ao menos três vezes por semana, de 1992 a 2008. "Nunca deixava de comer joelho de porco na quarta-feira e bacalhau na sexta. Perdemos um patrimônio da cidade."O empresário Edgard Bueno da Costa, dono de botecos descolados como o Pirajá e o Original, ficou "horrorizado" com a notícia. "Não é possível. O Leo é um monumento da cidade", disse ao saber da notícia na Itália, onde passa alguns dias. "O Original foi inspirado no Leo." O Leo inspirou também o jornalista Otávio Canecchio Neto, então crítico de bares, quando resolveu abrir o Veloso, há sete anos, na Vila Mariana, zona sul da cidade. "O Leo era um ponto turístico. Inspirou uma geração de paulistanos." Mas, desde o fim de 2010, o bar encolheu o horário de atendimento em 30 minutos nos dias de semana e em uma hora e meia nos sábados. Durante o período de fraude, o chope também teve alterações no preço - passou de R$ 5,50 para R$ 6. O movimento já não era o mesmo. "Depois da morte do antigo proprietário, em 2003, o negócio foi parar na mão de herdeiros, que não tinham a mesma experiência", diz Canecchio Neto. Nos últimos seis meses, sobrava lugar no salão, anteriormente disputado, especialmente nos sábados. /D.T.M. e VALÉRIA FRANÇA

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