Funcionário do setor de produção da Samsung, D., de 23 anos, ficou quatro horas sob a mira de armas, com outros seis trabalhadores que estavam na van tomada pelos bandidos para iniciar o assalto na fábrica da Samsung. Eram cerca de 23h30 do domingo e ele seguia para o trabalho no turno da noite.
“A van parou, não sei se era em um semáforo, e três homens entraram, mandaram que a gente deitasse no chão e nos levaram, não sei para onde.” D, que falou com a reportagem com o compromisso de não ser identificado, disse que os três homens estavam encapuzados e portavam armas longas, “como essa aí da polícia”, disse, apontando para um policial com uma submetralhadora. Depois que os reféns deitaram, os bandidos os revistaram e tomaram os telefones celulares.
Ele tentou levantar a cabeça e foi agredido com um tapa. “Será que, se puser isso, eles vão saber que fui eu quem falou?”, indagou, assustado. Ele contou ainda que alguns colegas chegaram a chorar e falaram dos filhos, pedindo compaixão aos bandidos. “Achei que eles iam nos matar e jogar no mato.”
Cerca de quatro horas depois, segundo ele, os bandidos colocaram a van em movimento e eles foram deixados na estrada, em uma região de chácaras, no local conhecido como Macuco. A vítima compareceu no fim da tarde na delegacia para prestar depoimento, mas a oitiva foi adiada para quinta-feira. Segundo ele, os policiais informaram que ainda tinham mais de cem pessoas para ouvir.