''PCC se resume a 30 líderes em presídio''

PUBLICIDADE

Por Bruno Paes Manso
Atualização:

Antonio Ferreira Pinto, secretário de Segurança Pública de São PauloNo dia 1.º de junho, o secretário de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, completa cinco anos no governo do Estado. Ele ingressou como secretário de Administração Penitenciária pouco depois dos ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC), iniciados há exatos cinco anos. Normalmente refratário ao assunto, falou sobre a facção ao Estado.Hoje seriam possíveis novos ataques?Pela forma que temos domínio do sistema penitenciário, não. Pelas informações que nós temos, pelo poderio da facção, que diminuiu sensivelmente, temos total controle da situação e digo com absoluta certeza que não há clima para que 2006 possa repetir-se. Qual a força hoje do PCC no Estado?Na realidade existe um grupo de presos, grande parte no tráfico. Mas o PCC são no máximo 30 presos influentes que exercem algum poder de decisão e estão cumprindo pena em um só presídio, em Presidente Venceslau. Mas aqueles que se notabilizam pelo poder econômico são cinco ou seis. Todos estão voltados a uma principal atividade, que é o tráfico. Na hora que combatemos o tráfico praticado por eles, enfraquecemos a facção, porque eles vão se preocupar em recuperar o numerário perdido, a droga perdida, que apreendemos em larga escala no Estado. Há informações de que o PCC fornece toda a drogas que chega a São Paulo. Está correto? Não necessariamente. É que o PCC hoje é uma grande franquia. Todo mundo para ter status diz que pertence ao PCC, mas na realidade existem muitos grupos criminosos bem organizados que não têm ligação com a facção.Hoje se diz que o PCC tem papel disciplinador importante dentro das prisões. É verdade?Longe disso. Isso é glamourizar a facção. Eles estão voltados ao ganho com tráfico de entorpecentes. Fazem que o grupo que lideram do lado de fora tenha primazia em determinados setores de distribuição no comércio de cocaína. Mas não há viés disciplinador, nenhum poder paralelo, mesmo porque não damos espaço para isso.E os julgamentos paralelos nas periferias?Isso é outra fantasia, uma forma de endeusar um grupo que é muito violento. Mas longe de ter essa organização, como se fosse uma máfia. Eles são audaciosos, cruéis, mas longe de serem disciplinadores.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.