25 de setembro de 2007 | 16h13
Líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) pagaram R$ 2 mil por cada celular recebido dentro da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, interior de São Paulo. Na unidade, que serve de isolamento das lideranças do PCC, cumpre Marco William Camacho, o Marcola, apontado como comandante da facção. A descoberta foi possível com a prisão agente penitenciário Márcio Mota Ferreira, de 29 anos, no último domingo, detido com nove aparelhos celulares, baterias e carregadores, no momento em que entrava no presídio para fazer plantão. Ferreira disse à polícia que pretendia distribuir os celulares durante sua ronda. Em depoimento à polícia nesta terça-feira ele disse que na semana passada entregou quatro celulares aos presos, recebendo R$ 2 mil por cada aparelho. Não há bloqueadores de sinais de celulares em funcionamento no presídio. Ferreira, que foi encaminhado nesta terça-feira para o Centro de Detenção Provisória (CDP), de Caiuá, fazia parte do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), um grupo especial de agentes de elite especializados em combater rebeliões e vigiar presos perigosos. O grupo foi introduzido depois que a penitenciária se tornou unidade de isolamento do PCC, durante os ataques de maio de 2006. Os homens do GIR usam diversos tipos de equipamentos e coletes à prova de balas, o que facilitou ao agente esconder os celulares. Na casa dele, a polícia encontrou mais cinco celulares e R$ 21 mil em dinheiro, possivelmente fruto da venda de aparelhos aos presos. Agora, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) investiga se Ferreira agia isoladamente ou se fazia parte de um esquema para facilitar entrada de celulares e armas aos presos. Desde o fim dos ataques de 2006, seis agentes foram presos na mesma circunstância, Ferreira foi o primeiro do grupo de elite.
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