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'Paulistano é conservador, mas quer experimentar', diz arquiteta

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Por Adriana Ferraz
Atualização:

O paulistano está disposto a experimentar novas formas de tipologia, diz a arquiteta e urbanista Adriana Levisky. Ela afirma que o grande diferencial do Plano Diretor não é permitir o uso misto, que já existe na capital, mas estimular uma mudança de comportamento que gere novos espaços de convivência. "O paulistano é um ser conservador nas suas aquisições, mas agora, com os estímulos trazidos pelo Plano Diretor, acredito que haverá interesse em se pensar novas formas de construir. O mercado está disposto a fazer essa experiência e a sociedade tem percebido que o patrimônio comum agrega valor, traz qualidade de vida, segurança e convivência", diz. Adriana cita as cidades de Santos e do Rio como exemplos. "Elas já têm a calçada como um espaço para várias atividades. São Paulo se fechou para dentro dos muros, para uma lógica condominial, individualista, focada no privado. E, para piorar essa situação, o poder público não criou condições, equipamentos para que houvesse a apropriação do espaço público. Mas, aos poucos, estamos percebendo uma oportunidade de virar isso do avesso." Ao aproximar as ofertas de serviço da moradia das pessoas, a urbanista ressalta que não só os deslocamentos de carro serão reduzidos, mas as relações com a cidade também. "Quando o cidadão vira pedestre, cria-se vínculo, civilidade. São muito os benefícios dessa mudança."

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