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Passeatas e abaixo-assinados são outras armas

Antes de entrar na Justiça, população aprende como funciona burocracia e recorre a todos os fóruns municipais em que há possibilidade de reclamar

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Por Redação
Atualização:

Os tribunais não são a única via para a população tentar reverter obras ou projetos da Prefeitura de São Paulo. Em conselhos deliberativos de secretarias, associações de bairros ou por meio de abaixo-assinados levados à Câmara Municipal, moradores conseguiram garantir contrapartidas do poder público e de empresas inicialmente não previstas.Um dos exemplos é a ampliação do Estádio do Palmeiras. A obra teve a liberação postergada em dois anos por causa da pressão da Associação Amigos da Vila Pompeia. Só quando o clube garantiu R$ 6 milhões de investimentos em obras antienchente no bairro, como exigia a entidade, a construção foi liberada pela Prefeitura. A líder comunitária da região, a advogada Maria Antonieta Lima e Silva, foi ao Conselho em Defesa do Meio Ambiente (Cades), ligado à Secretaria Municipal do Verde, para conseguir a contrapartida. O esforço deu resultado. Em abril, o Cades avaliou que a obra, orçada em R$ 300 milhões, aumentaria a impermeabilização da Pompeia. O Palmeiras então teve de se comprometer com algumas intervenções na região, entre elas o alargamento da Avenida Francisco Matarazzo e o plantio de 1,1 mil mudas de árvores. A obra começou em agosto, após as garantias do clube serem expressas em um relatório de impacto ambiental.O Cades também foi procurado por moradores da Vila Facchini, bairro de classe média da zona sul previsto para ser desapropriado pela Prefeitura. Para a construção do túnel de 2,4 quilômetros entre a Avenida Jornalista Roberto Marinho e a Rodovia dos Imigrantes, 48 casas do bairro foram declaradas de utilidade pública.Seus moradores procuraram os integrantes do conselho e conseguiram convencer parte deles a não votar a liberação da obra, a mais cara da atual gestão, orçada em R$ 2,7 bilhões.Passeatas. Com abaixo-assinado e três passeatas, a Sociedade dos Amigos e Moradores do Bairro Cerqueira César (Samorcc) também impediu até agora a construção de um condomínio com sete torres em um terreno particular na Rua Caio Prado. O local tem uma das últimas áreas verdes preservadas do centro. Após a mobilização dos moradores, a Prefeitura decretou o espaço de utilidade pública. O terreno de 120 mil m² deve virar até 2012 o Parque Augusta.No Morumbi, a pressão de moradores também impediu que a Cia. City construísse um condomínio ao lado da área de mata preservada do Colégio Nossa Senhora do Morumbi.

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