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Nova tarifa causa corrida por recarga de bilhete único

Quem abastecer o cartão até esta sexta conseguirá pagar o preço antigo até que créditos se esgotem; MPL fará ato às 17h

Por Rafael Italiani
Atualização:
Espera. Fila se formou em terminal no centro; há mais vantagem para passe mensal Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO

SÃO PAULO - Os passageiros do transporte público da capital e da Grande São Paulo têm até essa sexta-feira, 8, para carregar os bilhetes e continuar pagando as tarifas de R$ 3,50, mesmo com o reajuste que começa a valer no dia seguinte. O governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo aumentaram para R$ 3,80 as viagens na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), no Metrô e nos coletivos municipais e intermunicipais. Também na sexta-feira, o Movimento Passe Livre (MPL) convocou o 1º ato contra o aumento, às 17h, na Praça Ramos de Azevedo, na região central. 

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Se o usuário recarregar o Bilhete Único com R$ 200, por exemplo, ele vai continuar pagando o preço antigo até o saldo acabar. Somente quando colocar novos créditos é que o preço novo vai começar a valer. O mesmo vale nas integrações, com a cobrança dos R$ 5,45.

Com o reajuste, uma transferência entre o transporte sobre pneus para os trilhos do Metrô ou da CPTM subiu para R$ 5,92, valor acima de produtos do cotidiano dos paulistanos como, por exemplo, uma coxinha, o arroz e o feijão, o litro da gasolina e frutas como a banana. Mesmo com a inflação, está mais barato abastecer um carro com gasolina e rodar uma média de 10 quilômetros (em veículos populares) do que andar de transporte público. 

Com o reajuste, o Bilhete Único mensal, promessa de campanha do prefeito Fernando Haddad (PT), fica mais vantajoso. Quem optar pela modalidade, economiza R$ 30,48 por mês, ou R$ 365 por ano. Com o valor do cartão mensal congelado em R$ 230, a opção já vale a pena para quem precisa fazer 39 viagens por mês de ônibus e metrô ou ônibus e trem. Acima disso, é como se a passagem saísse de graça. 

Com a tarifa a R$ 3,50, o sistema só compensa a partir de 43 viagens. Essa diferença no fim do mês deve provocar um aumento significativo no uso do bilhete, segundo estimativa da administração municipal. Em janeiro de 2015, quando a tarifa passou de R$ 3 para R$ 3,50, e também não houve reajuste na versão mensal, o modelo cresceu 120%.

Onde recarregar. As máquinas de auto atendimento e os guichês da Rede Certo não prestam mais serviço na estações de trem e de Metrô. Por isso, é comum encontrar filas em locais de grande concentração, como as estações Sé e Barra Funda. O passageiro que quiser recarregar os bilhetes terá de ir em qualquer um dos terminais de ônibus da Prefeitura. Todos têm postos de atendimento da São Paulo Transporte (SPTrans).