Jovem diz que foi agredido por motorista de ônibus e denuncia homofobia na zona leste

Ator relata que foi agredido com socos após beijar rapaz que o acompanhava durante trajeto; SPTrans afirmou que repudia violência e que vai colaborar com as investigações

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Por Redação
Atualização:

Um morador da zona leste de São Paulo acusou um motorista de ônibus de homofobia na manhã do último sábado, 7. Segundo o passageiro, o motorista o agrediu com socos e o obrigou a descer do veículo na Avenida Maria Luiza Americano, na Cidade Líder, após a vítima beijar um rapaz que o acompanhava no trajeto.

O passageiro afirma que tudo começou quando o nariz dele começou a sangrar. O rapaz, então, dedicou sua atenção a ele e o beijou. Eles estavam acompanhados também da prima de vítima, voltando de uma festa. Neste momento, o motorista do ônibus teria se irritado com a cena, parado o veículo e mandado, aos gritos, que eles descessem do ônibus.

Ator Marcello Santanna afirma que foi agredido por um motorista de ônibus do transporte público de São Paulo; SPTrans afirma que repudia violência e vai colaborar com as investigações Foto: @Marcello Santanna/Reprodução Facebook

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O ator Marcello Santanna, porém, se recusou. "Disse que tinha pago e perguntei qual seria o motivo pra gente sair", explica. Ele mudou de ideia quando o motorista deixou o volante e caminhou em direção ao grupo. "Levantei as mãos e disse 'tá tudo bem, eu vou embora', ele já veio nos socos, sem ao menos nem ter tempo pra terminar de falar. O rapaz e minha prima desceram pra me socorrer, o motorista entrou na lotação e foi embora", afirma o passageiro.

O que diz a SPTrans

A SPTrans repudia a violência relatada pelo passageiro e informa que vai colaborar com as investigações policiais. A SPTrans já encaminhou o caso à empresa que opera a linha para que identifique o motorista e tome as providências cabíveis em relação a seu funcionário.

Como gestora do sistema de transporte público, a SPTrans realiza junto às empresas operadoras o programa Viagem Segura, com treinamentos que incluem itens como condução segura, respeito aos passageiros, idosos e pessoas com mobilidade reduzida além de conduta durante casos de abuso. Em 2018, o programa treinou 62.739 trabalhadores entre motoristas, cobradores e fiscais.

A Secretaria da Segurança Pública informou que o caso foi registrado no 53.º Distrito Policial (Parque do Carmo), onde a vítima prestou depoimento.  "Inicialmente, foi instaurado inquérito de lesão corporal e a autoridade apura se a motivação do crime foi homofobia, o que levará a um novo indiciamento do autor. Equipes realizam diligências para localizar o agressor."

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Nesta segunda-feira, 9, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, por meio da Coordenação de Políticas para LGBTI, divulgou nota lamentando o ocorrido. A pasta afirmou que "realiza frequentemente um trabalho de sensibilização da sociedade sobre direitos humanos e se coloca à disposição para prestar os necessários atendimentos jurídico, psicológico ou social às vítimas em um dos Centros de Cidadania LGBTI, em trabalho articulado com os demais equipamentos públicos, ou pelos veículos do programa de Unidade Móvel, que percorrem diferentes bairros da capital".

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