Assim que soube do acidente com o avião da TAM, a presidente do grupo Parentes e Amigos de Vítimas de Acidentes Aéreos, Sandra Ássali, foi para o Aeroporto de Congonhas prestar auxílio aos familiares das vítimas. Há cerca de dez anos, ela passava pela mesma situação. Seu marido, o médico José Abu Ássali, foi um dos 102 mortos no acidente com o avião Fokker 100 da TAM, em outubro de 1996. Revoltada com mais um acidente, ela culpa a pista de Congonhas: "Foi uma tragédia anunciada." "As autoridades estão fazendo vista grossa com os problemas de Congonhas", diz. "Ninguém investe para dar segurança à pista de Congonhas e, mesmo assim, permitem o pouso de aeronaves grandes, que não têm condições de pousar lá com segurança." Sandra afirma que a falta de aderência da pista seria resolvida com a instalação de concreto poroso, que segura a roda no momento da freagem. "A Infraero já admitiu isso, mas diz que o projeto custa milhões." Ela prevê ainda um longo período de sofrimento para os familiares das vítimas. Nesta terça mesmo, logo após chegar ao aeroporto, criticava a falta de estrutura para atendê-los. O ideal, segundo ela, é atribuir responsabilidades a um amigo próximo, que ficaria responsável por questões legais como o reconhecimento do corpo e a cobrança de seguros e indenizações. "Primeiro, vamos apertar a mão (dos familiares) e dar apoio", afirma. "Num segundo momento, vamos auxiliar na cobrança dos direitos como seguro obrigatório."