
25 de abril de 2011 | 00h00
Os ônibus fretados voltaram a causar problemas para o trânsito de São Paulo. Quase dois anos após a criação da Zona de Máxima Restrição ao Fretamento (ZMRF) - na qual fretados são proibidos de circular das 5h às 21h, de segunda a sexta-feira -, os locais reservados para as paradas foram praticamente abandonados e os fretados fazem desembarques onde bem entendem, causando congestionamentos.
Uma das vias mais atingidas é a já problemática Avenida dos Bandeirantes, invadida entre as 6h30 e as 8h pelos fretados que seguem para a Marginal do Pinheiros. E esses veículos param para o desembarque a todo momento, bloqueando por alguns instantes a faixa que ocupam. "Ficar na faixa da direita é pedir para não andar de jeito nenhum, porque do nada aparece um fretado parado na sua frente para as pessoas descerem", diz o gerente comercial Ivan Matos, que usa a Bandeirantes para ir até a empresa em que trabalha, na região de escritórios da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini.
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A Bandeirantes tem dois "bolsões de estacionamento" de fretados, com recuos criados pela Secretaria dos Transportes. Mesmo assim, a reportagem do Estado flagrou os fretados parando em cinco outros pontos da via. São locais sem estrutura para embarque e desembarque.
Os pontos mais comuns são perto do viaduto da Avenida Santo Amaro, da Avenida Washington Luís e perto da Rua Nhambiquara e do semáforo da Rua Funchal. Outra via da região prejudicada por essas paradas é a Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, apesar de haver pelo menos cinco pontos específicos para as paradas de fretados.
No dia 12, por exemplo, um desses ônibus parou alguns metros após a Rua Arizona, apesar de haver um ponto de parada cerca de 50 metros antes e outro uns 300 metros depois.
3 km para andar. Geraldo Maia, diretor da Assofresp, associação de empresas de fretamento, afirma que a maioria das empresas está respeitando os locais de parada, mas "como em toda atividade, há quem desrespeite". Ele afirma que a multa de R$ 2,5 mil é um motivo razoável para as empresas estarem adaptadas hoje à legislação. Ele afirma que há poucos pontos na Bandeirantes, onde a reportagem detectou irregularidades. São dois, e deveriam ser pelo menos quatro, defende. "Assim, as pessoas não precisariam andar 3 km após descerem."
Na região de Pinheiros, a reportagem presenciou na mesma terça-feira, dia 12, um ônibus fretado na Rua Capote Valente com entrada e saída de passageiros por volta das 7h30.
Já na Rua Deputado Lacerda Franco, vários fretados deixam passageiros entre as 7h e as 9h. A rua é a última alternativa de conversão à direita para quem vem pela Cardeal Arcoverde, antes da zona de proibição, que começa na Avenida Pedroso de Morais. "Passam o tempo todo de manhã. Acho que são uma boa alternativa ao péssimo transporte público da cidade", diz Lopes de Barros, dono de uma loja de tecidos.
Na internet
A reportagem encontrou sites de empresas que oferecem vagas para fretados com paradas em locais proibidos, como na Rua Inácio Pereira da Rocha, na esquina com a Lacerda Franco.
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