Para pai, rapaz forjou sequestro e queimou carro por 'deslize'

Apólice não cobria incêndio; delegado diz que farsa foi montada após o hospital chamar a polícia

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Por Redação
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O pai do rapaz que inventou ter sido incendiado em seu carro durante um sequestro relâmpago para ganhar o dinheiro do seguro disse que o filho cometeu um "deslize". "Infelizmente, não tem muito o que falar. Foi uma parte frágil dele, um deslize e acabou fazendo", relatou o aposentado de 57 anos, que não quis ter o nome revelado. Marcelo Bustamante Gonçalves, de 26 anos, foi indiciado com a amiga, Daiana da Silva, de 22, por falsa comunicação de crime, tentativa de fraude no seguro e incêndio. Segundo o pai, a o rapaz está arrependido do que fez. "A ficha caiu agora, só que caiu tarde demais. Ele está arrependido, acabado, a dor psicológica é maior ainda", afirmou. O pai do rapaz, que era dono do carro, ficou sabendo da fraude só depois da confissão do filho. Na manhã seguinte ao crime, deu uma entrevista indignada ao Estado, dizendo que os bandidos eram "desumanos". Mesmo que o fogo fosse acidental, o rapaz não conseguiria resgatar o seguro, segundo o pai, porque a apólice não cobria incêndio. Pelo que a polícia apurou, o rapaz teria tentado queimar o carro e acabou se ferindo durante essa etapa do golpe. Mesmo ferido, ele tentou ir para casa e só depois se viu obrigado a ir para o hospital. "Foi o hospital quem chamou a polícia e eles criaram essa história só depois da chegada da PM", afirmou o delegado André Antiqueira, titular do 47.° Distrito Policial (Capão Redondo). Ele afirmou que havia suspeitas desde o começo em relação à história contada por Gonçalves e Daiana. Imagens. Segundo o policial, um dos indícios que pesava contra o que eles diziam era o fato de não haver imagens do casal no circuito de câmeras de um shopping na zona sul, no qual ambos relataram ter ido. "Saímos para uma diligência com a moça e ela começou a ficar nervosa. Depois, acabou confessando. Ele também fez o mesmo mais tarde", disse. /ARTUR RODRIGUES

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