Para MPE, construtoras são vítimas de esquema

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Por Marcelo Godoy
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O Ministério Público Estadual (MPE) vai convocar as 125 pessoas e empresas que venderam apartamentos adquiridos por Hussain Aref Saab nos últimos sete anos. "Todos serão tratados como vítimas", afirmou o promotor Silvio Antônio Marques, da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público. Além dele, outros dois promotores investigam o caso Aref.A força-tarefa montada pelo MPE envolve ainda os Grupos Especiais de Repressão ao Crimes Organizado (Gaeco) e aos Delitos Econômicos (Gedec). "Os depoimentos começam na próxima semana." Aref tem até a quinta-feira para exibir aos promotores as provas de que obteve regularmente o patrimônio que está em seu nome e no de sua empresa, a SB4 Patrimonial. Segundo o MPE, ele teria 125 imóveis. O advogado de Aref, Augusto de Arruda Botelho, diz que ele adquiriu na verdade 77 imóveis, todos de forma lícita.Na tarde de ontem, a Corregedoria-Geral do Município decidiu ampliar a investigação sobre irregularidades no Departamento de Aprovação de Edificações (Aprov). Além de Aref, outros cinco diretores do órgão terão sua conduta apurada. São eles: Paulo Roberto Castaldelli, Evelyn Cordeiro Garcia Eboli, Paulo Sérgio Pinheiro da Silveira, Ricardo Oshima e Maria Aparecida Onorato. A corregedoria informa que a abertura de investigação não significa nenhum prejulgamento a respeito da conduta desses funcionários.A decisão faz parte, entretanto, da estratégia da Prefeitura e do MPE de averiguar todas as decisões do órgão consideradas polêmicas ou suspeitas e tentar separar o joio do trigo. Os promotores vão investigar a declaração de bens dos diretores do Aprov e vão verificar o patrimônio que existe em nome dos acusados.Os promotores ainda querem verificar quantos imóveis foram adquiridos pelos investigados com preço subfaturados, o que seria indício de supostas extorsões. Caso seja comprovada a origem ilícita dos bens ou o enriquecimento ilícito, os bens adquiridos podem ser sequestrados.

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