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Para Kassab, gasto com varrição em São Paulo é 'absurdo'

Cidade gasta com limpeza urbana um terço do que destina para saúde, segundo o prefeito

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Por Lourival Sant'Anna
Atualização:

Indagado na quinta-feira, 5, se a Prefeitura vai ampliar a varrição, para minimizar o efeito das enchentes, o prefeito Gilberto Kassab destacou que considera "um absurdo que São Paulo gaste com limpeza urbana um terço (R$ 1,2 bilhão) do que gasta com saúde".

 

"Acho uma vergonha as pessoas não terem a lucidez de perceber que algo está errado. Só vejo pedirem que aumente os recursos para varrição urbana. E saúde, não precisa aumentar?", indagou.

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Em 1 hora, 25% da chuva deste mês

Entre 15h40 e 16h40 de quinta-feira, a região central de São Paulo registrou 53 milímetros de precipitação, 25% do esperado para todo o mês de dezembro, de acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE). A tempestade provocou mais de 40 pontos de alagamento e deixou três bairros sem luz – Bom Retiro, Itaim-Bibi e São Mateus. O pico de lentidão foi registrado às 19 horas: 218 quilômetros.

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) teve de mobilizar todo o efetivo nas ruas – 767 agentes. Um muro na Avenida Diógenes Ribeiro de Lima, no Alto de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, caiu e bloqueou a avenida, que ficou totalmente interditada por 50 minutos. Já a Rua Leonor Negri Luz, no cruzamento com a Avenida Paulo Guilguer Reimberg, no Grajaú, zona sul, também ficou bloqueada por uma árvore de grande porte.

Enxurradas fecharam os Túneis Anhangabaú e Fernando Vieira de Melo, no sentido bairro. As Avenidas Marquês de São Vicente e 23 de Maio também foram tomadas pelas águas. Na Vila Olímpia, segundo o Corpo de Bombeiros, pessoas ficaram ilhadas em seus veículos. O mesmo aconteceu em outros bairros nobres, que normalmente não são atingidos por cheias (mais informações nesta página). Moradores e comerciantes reclamaram de falta de varrição e limpeza de boca de lobos. Procurada, a Subprefeitura de Pinheiros destacou que limpou 4.842 bocas de lobo só em novembro.

O trânsito no Viaduto Jacareí, um dos acessos à região da Praça da Sé, ficou parado por mais de 30 minutos, por causa dos alagamentos. O congestionamento se estendeu pelas Avenidas São Luís e Brigadeiro Luís Antonio. Na região comercial, nas Ruas Barão de Itapetinga e 7 de Setembro, algumas lojas chegaram a baixar as portas durante o temporal. Na Augusta, no sentido da Avenida Paulista, a fila de carros parados começava perto da Praça Roosevelt e seguia por quase três quilômetros, até a Alameda Santos.

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Tumulto na Marginal

Segundo PMs da 3ª Companhia do 23º Batalhão (Pinheiros), por volta das 16 horas houve tumulto na Marginal do Pinheiros, sob a Ponte Cidade Jardim, na zona sul. As Estações Granja Julieta, Morumbi, Berrini e Cidade Jardim pararam. Os passageiros saíram correndo e atravessaram entre os veículos. Assustados, os motoristas que estavam no trânsito acharam que se tratava de um arrastão. Dez viaturas foram enviadas até o local para controlar o tumulto.

A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) informou que teve de suspender as operações de duas linhas (a 8-Diamante e a 9-Esmeralda) entre 16h20 e 18h15. “O temporal alagou a via em alguns trechos e danificou temporariamente a rede de alimentação elétrica dos trens”, destacou, em nota. A linha 8 ficou parcialmente interrompida, entre Lapa e Barra Funda, até as 17h30. Na linha 9, a paralisação foi total até as 18h15.

Nas estradas que chegam a São Paulo, a pior situação coube à Rodovia Régis Bittencourt. A via ficou totalmente interditada no km 283 da pista sentido São Paulo. De acordo com a concessionária Autopista, pontos de alagamento causaram 15 km de lentidão. Só carretas podiam passar pelo trecho bloqueado.

 

(Com Lais Cattassini)

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