Como é a relação entre hackers e jornalista na redação do New York Times?
Somos parte do processo editorial, não diferente do resto. Somos chamados a participar da reportagem logo no começo para trabalhar em conjunto com os repórteres e editores.
Quais foram as reportagens mais bem-sucedidas que essa interação já proporcionou?
No nosso caso, eu acho que projetos como Toxic Waters (série sobre poluição da água nos EUA) e WikiLeaks merecem a atenção. Em ambos os casos, a equipe de reportagem e a de tecnologia trabalharam de forma integrada o tempo todo e foram complementares.
A capacidade de extrair informações a partir de um grande volume de dados é uma habilidade fundamental para o jornalista do futuro?
É importante sim, mas não fundamental. A maioria dos jornalistas - mesmo hoje - são completamente ignorantes quando o assunto é usar dados e analisá-los como parte de sua reportagem. Se suas vidas dependessem de uma planilha, eles simplesmente não saberiam se virar com ela. Houve um tempo em que isso era provavelmente OK. Mas o que fazemos está, cada vez mais, baseado em registros públicos mantidos em formato eletrônico. É um problema sério. Eu adoraria se cada jornalista pudesse fazer sua própria análise de dados e trabalhar com grandes volumes de informações. Mas, honestamente, eu já ficaria bem emocionado só de vê-los lidando melhor com coisas mais simples, como planilhas.
/ NAYARA FRAGA