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Pai e madrasta de Isabella se apresentam à polícia, diz PM

O casal passou a figurar como suspeito de assassinar a garota depois de ter sua prisão preventiva decretada

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Por Redação
Atualização:

A Polícia Militar confirmou no final da tarde desta quinta-feira feira, 3, que o consultor jurídico Alexandre Nardoni, pai da garota Isabella de Oliveira Nardoni, e sua mulher, a estudante de direito Anna Carolina Trotta Jatobá, de 24 anos, se apresentaram à Justiça, no Fórum de Santana, na zona norte de São Paulo. O casal passou a figurar como suspeitos de assassinar a garota depois de a Justiça decretar, na quarta-feira, a prisão temporária de ambos, com o intuito de preservar provas sobre o assassinato da menina.   VEJA TAMBÉM Advogados negociaram entrega de casal, diz delegado "Só quero que seja feita justiça", diz mãe de Isabella O casal deixou o Fórum de Santana e foi para o 9º DP, sob forte escolta policial e escolta da PM. Vão ser entregues às Polícia Civil e depois serão levados ao Instituto Médico Legal (IML), onde deve ser efetuado o exame de corpo de delito de praxe para presos. A expectativa inicial da polícia era de que o casal se apresentasse até o final desta quinta-feira (veja o que se sabe até agora). Na quarta-feira, 2, a Justiça decretou a prisão temporária do casal.  A prisão temporária foi decretada para que o casal não prejudicasse as investigações, que prosseguem tanto na área da polícia científica quanto na busca de novas pistas no prédio, onde ocorreu a morte da menina. Na manhã de quarta, a mãe de Isabella, Ana Carolina Cunha de Oliveira, prestou depoimento de 2h15 no 9º Distrito Policial, no Carandiru. Após o depoimento da mãe e dos avós maternos de Isabella, o juiz Mauricio Fossen, do 2º Tribunal do Júri do Tribunal de Justiça de São Paulo, decretou o pedido de prisão preventiva do casal. O juiz decretou também sigilo absoluto do caso. Depoimentos Durante toda a tarde de quarta-feira, o delegado Calixto Calil Filho esteve reunido com o promotor Sérgio de Assis. O delegado levou ao promotor cópias de depoimentos, como a do morador do 1º andar do edifício onde morreu Isabella, que disse ter ouvido gritos, pouco antes da queda. Segundo ele, os gritos eram: "Pára, pai! Pára, pai!" Também foram levadas cópias dos depoimentos de moradores do Edifício Vila Real, na Vila Mazzei, onde Alexandre morou por dois anos e meio. Ela disse que as brigas de ambos preocupavam o condomínio. O delegado ainda trouxe o depoimento de um funcionário e de dois moradores do Edifício Santa Leocádia, que fica na frente do local da morte. O morador do 4º andar desse prédio afirmou que ouviu o casal discutindo dez minutos antes da tragédia. "Da janela do meu quarto, pude ouvir com minha esposa (...) uma discussão, uma briga no prédio ao lado. Após 15 minutos, a discussão cessou. Às 23h23, ouvi uma mulher gritando: ?jogaram a Isabella do 6º andar?. Em seguida, ouvi xingamentos. A voz da mulher era igual à da mulher que brigava (anteriormente)." A mãe da menina, a bancária Ana Carolina Cunha de Oliveira, de 23 anos, falou pela primeira vez à polícia. "Não tenho nada a declarar, que a Justiça seja feita agora", disse, na saída. De acordo com a polícia, a mãe da criança afirmou que a relação dela com o casal suspeito era, às vezes, áspera. Segundo a bancária, nos fins de semana em que Isabella ficava na casa de Alexandre, a madrasta não a deixava falar com a mãe. Também prestaram depoimento os avós maternos da garota, José Arcanjo e Rosa Maria de Oliveira. Um dos advogados da defesa trouxe ainda uma testemunha que era considerada chave pela defesa. A mulher, que não teve a identidade revelada, entrou escondida debaixo do paletó do advogado. Aos investigadores, ela teria dito que a madrasta perdeu as chaves do apartamento após deixá-las na portaria do prédio. A versão, no entanto, foi contestada, em depoimento, pelo porteiro Valdomiro da Silva Veloso, de 28 anos. Segundo ele, ficavam na guarita apenas as chaves dos apartamentos que estão passando por obras. A delegada titular da 4ª Delegacia Seccional Norte, Elisabete Sato, disse que há conflitos entre os depoimentos já colhidos pela polícia. E, por isso, é necessário ter calma. "Além dos depoimentos, vamos contar com a coleta das provas materiais." Investigadores do 39º DP (Vila Gustavo) acharam nos arquivos um boletim de ocorrência, de 2003, em que Anna Carolina acusa Alexandre de tentativa de agressão.

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