20 de maio de 2010 | 00h00
A Polícia Federal localizou o pai do menino Jean (nome fictício), de 11 anos, trazido do Haiti para São Paulo em um esquema de tráfico de seres humanos. No entanto, o homem agora é um dos investigados, segundo o desembargador Antonio Carlos Malheiros, coordenador de Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo, que disse ter sido informado pela PF ontem.
Segundo o desembargador, só após a certeza de que o homem é realmente o pai biológico de Jean e em quais condições o garoto saiu do país é que Jean poderá voltar para casa.
Jean está sob a guarda da Justiça paulista há quatro meses. À Justiça, o menino disse ter vindo com mais crianças. A suspeita é que São Paulo seria rota do tráfico: o destino final da viagem era a Europa. O desembargador disse que há a informação de que o menino teria sido vendido, mas pela mãe ? cujo paradeiro não é conhecido desde o terremoto no Haiti, em 12 de janeiro.
Malheiros ressaltou que o encaminhamento natural é a devolução da criança à família, mas antes é preciso esclarecer o caso. "Se ele voltar, pode correr o perigo de ser vendido novamente e também de ser morto", já que ele conhece os traficantes.
O embaixador do Haiti no Brasil, Idalbert Pierre-Jean, disse que o governo do país ainda não tem a confirmação do encontro dos pais de Jean. Pierre-Jean falou que o menino poderia continuar no Brasil. "Há a possibilidade que ele fique em um orfanato ou vá para a adoção."
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