21 de julho de 2017 | 15h54
SOROCABA - O aposentado Benedito de Oliveira, de 61 anos, invadiu a casa da ex-mulher Ângela Maria Cardoso da Silva de Oliveira, de 49, a matou com dois tiros e se matou em seguida, usando a mesma arma, na tarde de quinta-feira, 20, em São Roque, interior de São Paulo. Em uma carta escrita à mão, encontrada no local, ele pede desculpas aos filhos pelo ato e pede que paguem suas contas. “Aqui tudo se acaba. Pague minha fatura e dê baixa no cartão, se não vira uma bola de neve. Perde a casa, pois está no meu nome”, escreveu na mensagem, contendo erros de escrita.
A tragédia aconteceu no Bairro Guaçu, onde morava a mulher. Os corpos foram encontrados pela Polícia Militar depois que vizinhos ouviram uma discussão seguida de tiros. Depois do primeiro disparo, a mulher gritou por socorro. Uma filha que estava em um imóvel dos fundos teria presenciado o crime e correu para a rua, pedindo ajuda. O casal ainda foi levado para a Santa Casa da cidade, mas os dois já chegaram mortos. Eles ficaram casados durante 28 anos e estavam em processo de separação.
No ano passado, a vítima denunciou o marido por violência doméstica. O caso foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), onde ela relatou ameaças e agressões motivadas por ciúmes. O homem foi ouvido e negou, mas a denúncia motivou o pedido de divórcio, que resultou na separação de corpos decretada pela Justiça. Oliveira passou a morar em outra casa da família, no bairro Marmeleiro, mas testemunhas disseram que ele continuava a ir à casa da mulher, onde as discussões eram frequentes.
No dia do crime, ele chegou de carro e estacionou em frente ao imóvel. A arma, um revólver calibre 38, foi encontrada ao lado do corpo dele, assim como a carta, na qual ele escreveu ainda: “Aqui tudo se resolve, os problemas do divórcio e os diversos problemas. Espero que me entenda e me perdoe, pois não consigo viver nesta posição.” Depois de se despedir dos filhos, ele prossegue: “Espero o perdão de vocês, pois estou partindo deste mundo onde estou sofrendo muito. E tudo por causa de bens materiais. Podem ficar com tudo, pois deste mundo nada vou levar, assim como vocês também não vão levar nada.”
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