SÃO PAULO - A Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo pediu que o policial que atirou para cima no fim do protesto de segunda-feira, 23, na Avenida Paulista, seja investigado pela Corregedoria da Polícia Civil. O órgão encaminhou um ofício para a Secretaria de Estado de Segurança Pública.
“Ele (o policial) correu o risco de produzir um resultado. Se houvesse uma morte, poderia ser denunciado por crime doloso”, afirmou o ouvidor Júlio César Fernandes Neves. Segundo ele, a punição ao policial é necessária para que outros agentes do Estado não sejam incentivados a fazer o mesmo.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse nesta quarta-feira, 25, durante entrevista coletiva, que não houve erro do policial. Segundo ele, o disparo foi de “alerta”.
Até a noite desta quarta, os dois manifestantes presos no ato, acusados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública de serem black blocs, continuavam detidos. A Defensoria Pública pediu a libertação da dupla. O Ministério Público foi contrário. Nesta quinta-feira, 26 ativistas vão protestar no Masp contra as prisões.
Questionado, o secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, disse nesta quarta, durante a divulgação de estatísticas de criminalidade, que "a resposta é essa, é o rigor da lei". “Respeito a opinião de todos, mas o delegado tem a liberdade de capitular de acordo com o convencimento dele diante das provas colhidas.”