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Outro operário no Rio é atingido por vergalhão

Francisco Barroso teve pescoço atravessado por ferro, foi operado e passa bem; no dia 15, homem teve crânio perfurado

Por Clarissa Thomé e RIO
Atualização:

O operário Francisco Bento Barroso, de 47 anos, caiu de uma altura de três metros e teve o pescoço atravessado por um vergalhão na tarde de quarta-feira, em Copacabana, zona sul do Rio. O pedaço de ferro passou ao lado da veia jugular e da artéria carótida. Não atingiu a traqueia, o esôfago nem os nervos que vão para os braços - o que poderia comprometer os movimentos. Barroso não terá sequelas. Ele está lúcido, se alimenta, mas não tem previsão de alta do Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, onde foi operado. É o segundo caso de acidente com vergalhão atendido pelo Miguel Couto em menos de um mês. Em 15 de agosto, o operário Eduardo Leite, de 24 anos, teve o crânio atravessado por um vergalhão de dois metros em uma obra em Botafogo, também na zona sul. Passou por cirurgia de cinco horas para reconstituir a região perfurada e recebeu alta no dia 30, também sem sequelas. No acidente de quarta-feira, Barroso trabalhava na obra de uma casa na Ladeira dos Tabajaras. Pouco antes das 13h, sentou sobre a laje, fumou um cigarro e adormeceu. No cochilo, desequilibrou-se e tombou para frente, sobre o vergalhão. Ele chegou ao hospital às 13h35 e às 14h estava no centro cirúrgico. A operação para a retirada do ferro e reconstrução dos vasos rompidos durou duas horas. "O ferro entrou em diagonal no músculo do pescoço, a uns três dedos da traqueia e a um centímetro da carótida, que leva o sangue ao cérebro. Não atingiu nenhuma estrutura importante", afirmou o diretor-geral do hospital, Luiz Alexandre Essinger. Barroso tem pouca dor, está sem febre e toma antibiótico. De acordo com o Conselho Regional de Engenharia, a obra em Copacabana está irregular - não tem engenheiro responsável. A entidade encaminhou ofício para a Secretaria de Obras. A obra em que Leite trabalhava também tinha irregularidades.

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