14 de fevereiro de 2011 | 00h00
Ná lógica da qualidade ambiental, há alguns requisitos. Um exemplo é a recuperação de córregos, que não devem ser tamponados. Também não se pode admitir a construção de parques à custa do aterramento ou assoreamento de reservatórios. Não haverá sustentabilidade nenhuma se isso ocorrer. Haverá sim mais impactos ambientais, o que é, no mínimo, uma contradição.
Além disso, parques planejados para a periferia devem ter os mesmos critérios aplicados, por exemplo, ao do Ibirapuera, sob pena de discriminação das comunidades menos abastadas. É imprescindível que tais espaços de convivência sejam um exemplo educativo de respeito ao meio ambiente. São espaços culturais, mais naturais, que têm como função sensibilizar e motivar a mudança de comportamento da comunidade. Construir esses espaços de forma eficiente e com respeito ao meio ambiente será a melhor contribuição educativa a ser dada pelo setor público.
Parques são indicadores da política de meio ambiente e da qualidade da gestão ambiental. Sem a participação da comunidade no planejamento e implementação, não há exigência social - nem condições para promover sustentabilidade. Aí incorreremos em conhecidos riscos da administração ineficiente: imediatismo, "mandracaria" das maquetes inauguradas e, no final, apenas o "faz de conta" característico do marketing verde.
INTEGRANTE DO CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
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