
05 de junho de 2010 | 00h00
Mas a reciclagem, para dar certo mesmo e sair do terreno da ficção em que vive em quase toda parte, precisa ser feita por cooperativas (para gerar trabalho e renda) que sejam parte de um processo integrado, de ponta a ponta. É preciso dotar essas cooperativas de caminhões de coleta, que já venham com contêineres separados para lixo orgânico e lixo seco; criar para elas usinas de reciclagem, onde o lixo seco seja todo destinado à compostagem, para produzir fertilizantes utilizáveis em canteiros, jardins, reposição de encostas, reconstituição de paisagens; transformar todo o papel e papelão em telhas com revestimento de betume (para impermeabilizá-las), mais resistentes que as de amianto, mais leves, não tóxicas, mais baratas; transformar todo o PVC em pellets (para indústrias que os utilizem como matéria-prima) ou em mangueiras pretas (para adicionar valor); latas, vidro moído e outros materiais podem ser revendidos a indústrias que os reutilizem.
Se esse caminho for seguido, pode-se reduzir em 80% o lixo destinado a aterros (economizando também os custos de transporte e deposição). Foi assim com uma cooperativa em Goiânia, quando teve o apoio necessário e recebia da prefeitura pelo lixo coletado em cinco bairros ? mesmo recebendo menos por tonelada que a empresa encarregada da coleta geral. O ideal seria implementar projetos como esse em vários pontos da cidade (para evitar que o lixo viaje). E estendê-los progressivamente, até chegar à totalidade do lixo. Por aí é possível gerar trabalho e renda, reduzir o desperdício e desonerar o cidadão que paga impostos.
É JORNALISTA
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