Os caçadores da história paulista

Colecionadores guardam fotos, cartas, documentos, medalhas e capacetes usados no movimento constitucionalista de 1932

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Por Edison Veiga
Atualização:

SÃO PAULO - Para os colecionadores, qualquer objeto que remeta àqueles dias de “batalhas pela democracia” do movimento constitucionalista de 1932 tem espaço cativo em casa. Neto de revolucionários dos lados paterno e materno, o publicitário Ricardo Della Rosa, de 41 anos, tem cerca de 3 mil itens referentes ao movimento - só fotografias, são 900, mas há também cartas, documentos, distintivos, postais, pins, medalhas, capacetes.

Ricardo Della Rosa, de 41 anos, tem cerca de 3 mil itens referentes ao movimento Foto: Werther Santana/Estadão

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Um de seus avós, Manoel Maia Neto, era sobrinho de Júlio Prestes. “Minha família toda se engajou na revolução. Então, desde a infância, essas histórias estavam presentes em casa, algo muito forte.”

Della Rosa diz que com “20 e poucos anos” começou a colecionar itens de guerra. “Aí minhas tias começaram a me presentear com itens de 1932, em geral de meus antepassados. Fui tomando gosto por guardar essas coisas”, relata. “Depois passei a adquirir itens que foram de outros combatentes.”

Em 2010, decidiu “abrir a coleção”. Criou um blog (www.tudoporsaopaulo.com.br) e ali posta histórias dos itens que tem em casa. Seu objeto favorito? “É algo muito simples, mas que tem valor grande para mim”, revela. “Trata-se de um cartão-postal que meu avô enviou para a minha avó, quando ele estava no front e ela morava na casa onde minha mãe nasceu, no bairro da Lapa.” Com base nos itens de sua coleção, o publicitário começou a produzir uma série de videodocumentários.

O empresário Raul Corrêa da Silva, de 59 anos, coleciona itens referentes à Revolução desde os 13 anos. Em sua casa, são mais de 60 livros sobre o movimento paulista, além de pautas de músicas da Revolução, revistas de época, artigos de jornais e uma escultura que homenageia o soldado constitucionalista paulista. “Guardo porque é importante preservar nossa memória, nossa história.”

Douglas Nascimento, de 39 anos, tem dezenas de objetos relacionados ao episódio Foto: Felipe Rau/Estadão

Mais web. Outro colecionador é o jornalista e pesquisador Douglas Nascimento, de 39 anos. Em sua casa, há dezenas de objetos relacionados ao episódio histórico. Ele mantém o site São Paulo Antiga (www.saopauloantiga.com.br), e foi por causa da internet que a coleção começou. Nascimento tem capacete e até o ex-libris do Estado em alusão à revolução. 

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