Operação prende 20 PMs por cobrar propina do tráfico no interior

Segundo as investigações, esquema para não prender criminosos e apreender drogas envolve policiais de três cidades

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Por Rene Moreira
Atualização:

FRANCA - Uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) realizada nesta quarta-feira, 14, resultou nas prisões de 20 policiais militares acusados de cobrar propina do tráfico no interior de São Paulo. Eles foram presos em Taubaté, Pindamonhangaba, Guaratinguetá e Registro.

No caso dos PMs, foram abertos processos administrativos e os envolvidos podem ser expulsos Foto: Assembleia Legislativa

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De acordo com as investigações, os agentes fariam parte de um esquema para não prender traficantes e recolher drogas. Além disso, dois deles estariam envolvidos nas mortes de três jovens de uma mesma família em fevereiro do ano passado em Taubaté, crime que deu início às investigações do Gaeco e da Corregedoria, com o apoio do Centro de Policiamento do Interior (CPI-1) de São José dos Campos.

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Na época, testemunhas contaram que as três vítimas apareceram dentro de um carro crivado de balas horas após serem abordadas por PMs. A partir daí, escutas telefônicas e até outros policiais infiltrados foram usados para descobrir o que teria ocorrido, sendo apurado que as mortes estariam ligadas a extorsões de criminosos. 

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No total, foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão, envolvendo também civis. No caso dos PMs, segundo o corregedor da corporação, coronel Marcelino Fernandes da Silva, foram abertos processos administrativos e os envolvidos podem ser expulsos.

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"A PM não compactua com esse tipo de ação criminosa", afirmou.

Drogas

Sem contar os policiais, um homem apontado como o maior traficante de Taubaté foi preso, assim como outras três pessoas. Foram apreendidas na casa dele armas, máscaras, balanças e entorpecentes, incluindo porções de cocaína, crack e 650 gramas de maconha.

Já com os policiais foram apreendidas 12 armas sem o registro da corporação, mais de 700 munições, 14 rádios-comunicadores e 41 telefones celulares. Para a Corregedoria, essas armas poderiam estar sendo usadas para forjar flagrantes e cometer outros crimes.

Dos policiais presos, 19 tiveram mandado de prisão expedido pela Justiça e um foi flagrado com drogas dentro de seu armário na corporação. A operação para prender os envolvidos teve a participação de mais de 300 policiais e 80 viaturas. Os PMs citados seriam transferidos para o Presídio Militar Romão Gomes, na capital paulista.