Operação da GCM contra o tráfico na Cracolândia termina em confusão

Guarda usou munição não letal; fluxo se dispersou e não houve detidos

PUBLICIDADE

Foto do author Marco Antônio Carvalho
Por Marco Antônio Carvalho
Atualização:
Dependentes químicos na Rua Cleveland, na esquina com a Rua Helvétia Foto: Felipe Rau/Estadão

Uma operação da Guarda Civil Metropolitana contra o tráfico de drogas na Cracolândia, no centro de São Paulo, terminou em confusão e dispersão do fluxo no início da noite desta segunda-feira, 31. A GCM acionou sua tropa de operações especiais, que usou munição não letal. Ninguém ficou ferido ou foi preso.

PUBLICIDADE

De acordo com o inspetor José Aparecido César, comandante da operação, foi visualizada a prática de tráfico no local, levando à intervenção da força de segurança. "Quando agimos, traficantes usam dependentes como escudo, que atiram entulhos nas forças policiais. Isso levou a uma ação mais enérgica", disse ao Estado à noite. 

Em nota, a Prefeitura informou que a GCM apoiava uma ação de zeladoria e "no momento em que foi solicitada a retirada de barracas das calçadas, algumas pessoas que estavam no local colocaram fogo nos materiais".

O fluxo se deslocou para a Praça Júlio Prestes enquanto a Polícia Militar e a GCM realizavam buscas na área em que os dependentes ocupam, na Alameda Cleveland. Às 21h, eles começavam a retornar para o local, mas dezenas ainda permaneciam dispersos pela Rua Helvétia, parte do quadrilátero original da Cracolândia.

Um ato pela liberdade do jovem Rafael Braga, preso durante manifestações de junho de 2013, que ocorria nas imediações, se juntou aos dependentes na reivindicação por mais segurança e respeito aos direitos humanos. Douglas Belchior, integrante do movimento, criticou o que chamou de "prática sistemática" da GCM contra os dependentes.

Frequentadores da Cracolândia usaram o microfone para reclamar da impossibilidade de levantar barracas, mesmo em dias frios, e contra o que classificaram como truculenta operação.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.