03 de maio de 2010 | 00h00
JORNAL DA TARDE
Em uma cidade de trânsito imprevisível como São Paulo, os pontos de ônibus se tornam lugares de ansiedade e incerteza para aqueles que dependem do transporte para chegar no horário certo ao seu destino. Desde 2008, o programa Olho Vivo, da SPTrans, procura resolver esse problema, mas há usuários que reclamam de falhas.
O sistema baseado em GPS deve oferecer o horário, e pela internet a localização, dos veículos que trafegam por 19 terminais, 10 corredores exclusivos e mais 135 quilômetros de vias públicas. Para o arquiteto Ricardo Almeida, o serviço de nada adiantou na quinta-feira passada.
"O painel nem sempre está funcionando. Hoje eu precisaria dele porque vou pegar um ônibus específico, que costuma passar com grandes intervalos", disse, à espera de um coletivo na Rua da Consolação, em frente ao Mackenzie, região central.
A reportagem constatou também falhas em painéis no Terminal Sacomã, na zona sul, e a SPTrans, por meio da Assessoria de Imprensa, disse que "os problemas apontados não estão registrados no sistema". A empresa informou que uma equipe vai verificar o que está ocorrendo.
Conforto. Para o engenheiro Sérgio Ejzenberg, consultor de trânsito e mestre em Transportes pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), os painéis dão informações que diminuem a ansiedade de quem está esperando. "Essa informação é interessante e útil do ponto de vista do conforto, mas isso não vai mudar o tempo da viagem", afirma.
O engenheiro e consultor de trânsito Adriano Murgel Branco, que foi secretário dos Transportes do Estado de São Paulo nos anos 1980, disse acreditar que o sistema é útil para que as pessoas se acostumem com o fato de que o sistema deve ser regulado e preciso. Assim, segundo ele, os passageiros podem usar o fator da pontualidade em seu próprio favor.
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