1) O primeiro desfile oficial de escolas de samba de São Paulo ocorreu em 1968 e a escola campeã foi a Nenê de Vila Matilde, com um enredo que homenageava o poeta abolicionista Castro Alves. 2) Se a vizinha Vila Dalila é conhecida pelo comércio bem desenvolvido, a Vila Matilde tem um perfil mais contido e de confraternização. Sim, há lojas de roupa e sapato, mercearias e quitandas tradicionais (e é possível resolver quase tudo sem sair dali), mas talvez seu traço mais marcante seja voltado para o lazer e o encontro. Tomar sorvete, andar na praça, petiscar no botequim. 3) Patrimônio da Vila Matilde, a Praça da Conquista representa literalmente a obtenção de um espaço de convivência por parte dos moradores. Saíram os sobrados que chegaram a ocupar o local, entrou a praça e o lazer que se desenvolveu ao redor. Ela é a principal referência do bairro, onde os jovens costumavam se encontrar antes das festinhas e onde os velhos se reúnem para jogar dominó. 4) O local também tem outro apelido: Praça daToco. Sucesso nos anos de 1980, funcionou por ali a danceteria Toco, desligada em 1997. No mesmo endereço da antiga boate, existiu o Cine São João, inaugurado em 1951 e onde todo mundo ia ver os filmes do Mazzaropi.
5) A história da região está fortemente ligada à estação de trem da Vila Matilde, que pertenceu à Central do Brasil. Foi inaugurada em 1921 e desativada em 2000. O bairro surgiu no ano seguinte. E por muito tempo o trem foi o único meio de transporte coletivo dos trabalhadores e moradores. Até meados dos anos de 1960, a Vila não tinha uma linha de ônibus que a conectasse com o centro da cidade.
6) A capela Nossa Senhora de Lourdes é a mais antiga do bairro, mas a igreja principal é a do Belo Ramo, que também faz parte da história da Vila – a fundação da paróquia data de 1957. Ela fica no topo de um morro (Praça Dom Duarte Leopoldo, 46).
7) Uma vez na Vila, não é difícil encontrar pontos de contemplação de onde se vê o horizonte: a topografia favorece a vista de cima.
8) Muitas casas ainda conservam o estilo arquitetônico original, com quintal, varanda e um desenho que parece ignorar a existência dos carros, privilegiando os jardins.