Ocupação será por tempo indeterminado, diz Marzagão

Operação da PM conta com 60 viaturas, 120 soldados policiais militares e 11 viaturas do Corpo de Bombeiros

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Por Redação
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O secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, determinou na segunda-feira, 2, à Polícia Militar que mantenha um cerco à Favela de Paraisópolis. Todos os acessos permanecerão ocupados por tempo indeterminado. "Esses bandidos ficarão cercados e serão presos, senão hoje (ontem) nos próximos dias", afirmou Marzagão. "A saturação da área é uma forma de proteger a população de bem e, ao mesmo tempo, dar uma resposta aos criminosos. Vamos agir dentro da lei." Veja também: Sobe para 6 número de feridos em confronto em Paraisópolis Polícia libera detidos durante conflito em Paraisópolis Polícia relaciona morte de traficante a protesto em favela Moradores e PMs se confrontam na favela Paraisópolis, em SPTV Estadão - O confronto com a PMGaleria de fotos do confronto em Paraisópolis O confronto entre moradores e a Polícia Militar resultou em seis pessoas feridas: dois moradores e quatro policiais. Nove pessoas foram detidas, incluindo três menores. O Corpo de Bombeiros mantém 11 viaturas de prontidão na operação montada pela Polícia Militar de São Paulo. Segundo o serviço de comunicação dos Bombeiros, não há previsão para o fim da operação, que também conta com 60 viaturas e 120 soldados policiais militares - a metade deles do Batalhão de Choque. Marzagão preferiu não especular sobre os motivos da manifestação. "Não me parece que sejam os moradores da favela. A maioria que vive ali é de gente de bem, que não atira na polícia", disse. Para Marzagão, a ação foi preparada com antecedência. "É importante que se diga que, aqui em São Paulo, não há lugar impenetrável para a polícia. É lamentável que tenhamos três homens feridos, mas faz parte da construção de uma sociedade civilizada", concluiu ele, antes de sobrevoar a favela na fim da noite de segunda-feira. Cerca de 300 policiais militares ocuparam Paraisópolis, em agosto do ano passado, por 10 horas. Segundo a PM, a megaoperação, que teve direito a helicóptero e cavalaria, respondia a uma demanda dos moradores do Morumbi por mais policiamento. Os líderes comunitários criticaram a operação, que terminou com cinco detidos, um revólver apreendido, um carro e três motos recolhidos. Na segunda-feira as nove pessoas encaminhadas ao 89º DP (Portal do Morumbi) ficaram presas para averiguação porque não havia denúncia formal. Às 23 horas, estava prevista a libertação deles na noite de segunda-feira ou na madrugada de terça-feira. "Eles foram trazidos pelos PMs, mas não foram identificados por nenhuma vítima", disse o delegado Luís Gustavo Pascoetto. Apesar de saber que os detidos seriam liberados, parentes estavam confusos no DP. "Meu irmão estava na rua. Foi só levar a moto na oficina. Não sei por que veio parar aqui", disse o comerciante R.G., de 22 anos, morador da favela. (Com Vitor Hugo Brandalise, Bruno Tavares e Bruno Paes Manso, de O Estado de S.Paulo, e Fabio M. Michel, do estadão.com.br)

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