06 de junho de 2011 | 00h00
Os policiais militares de Marília estão mais obesos do que a média nacional entre os homens adultos, que é de 13%, segundo o endocrinologista Marcio Mancini. Chefe do Grupo de Obesidade do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), ele afirma que o comando do quartel está certo ao recomendar a perda de peso. "É um grande erro fechar os olhos, como se isso não fosse uma doença. É tão grave quanto hipertensão e diabetes e mais grave ainda para quem depende de agilidade na vida profissional."
Mancini explica que não é apenas em uma perseguição a pé que policiais obesos sofrem com o excesso de peso. Ao volante de uma viatura, eles podem ser um risco para si mesmos e para os outros. "Muitos casos de obesidade são associados à apneia do sono, que leva à hipertensão e à sonolência diurna. Nessa situação, há um risco sete vezes maior de acidentes automobilísticos."
O especialista diz que policiais que não gostaram da recomendação do comando cometem um erro de avaliação. "É problema de saúde, não uma crítica pessoal. A recomendação deveria ser seguida também de avaliação nutricional, oferta de um local para exercícios e, nos casos mais graves, de um tratamento."
Suporte. Sobre a campanha em Marília, o endocrinologista diz que é preciso ter continuidade. "Certamente nem todos cumprirão a meta. Esses deveriam receber um suporte especializado."
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