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O que vai fazer a cabeça do folião em 2019

Em lojas e redes sociais, peças personalizadas e com brilho fazem sucesso entre fãs do carnaval

Por Juliana Diógenes
Atualização:

Os adereços de cabeça, que começaram a fazer sucesso no carnaval de 2018, vão se consolidar este ano. Mas não são apenas as tradicionais tiaras, que já eram vistas no ano passado. Agora, são adereços grandes, compridos, coloridos, com diversos itens - incluindo estrelas e penas -, em numa espécie de miniatura dos adereços de cabeça das passistas de escola de samba.

A artista plástica Patrícia Schettino adotou o acessório este ano Foto: Valéria Gonçalvez/Estadão

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O mercado tem crescido tanto que lojas especializadas em acessórios cobram até R$ 1,5 mil por peça exclusiva. São peças personalizadas, com materiais de todo tipo,muita cor e brilho. Este ano, pela primeira vez, a publicitária Julia Franco, de 30 anos, investiu R$ 200 para comprar três tiaras personalizadas. “Nunca tinha comprado uma peça personalizada de qualidade tão boa. Até o ano passado, comprava coisa barata, achando que era diferente. Chegava lá no bloco e estava todo mundo com a mesma cabeça no bloco. Horrível. O meu foco é no diferencial e na qualidade.” Já no pré-carnaval, usou uma tiara de cupido, cheia de detalhes de rosas e corações. Foi um sucesso. “Muita gente adorou e me parou para perguntar onde eu tinha comprado.” Ela preferiu não comprar cabeça de penas para não sofrer com a chuva, que promete cair nos dias de folia. E ainda planeja a compra da quarta e última cabeça para ter um adereço para cada dia. O engenheiro Tadeu Zanardo, de 26 anos, também leva o carnaval a sério. Ao todo, com figurinos feitos por costureira e adereços personalizados, o gasto foi de R$ 250. Este ano, ele repete uma tradição que começou em 2018: vai usar adereço de cabeça. Será um ET com um disco voador e um arco-íris embaixo - que custou R$ 40.  “O diferencial que uma peça dessas dá é o principal motivo para me fazer comprar uma cabeça”, conta. Aparecer, brilhar e chamar atenção fazem parte da estratégia. “Também uso para me destacar, por isso compro as mais diferentes, e não uma pronta na (Rua) 25 de março. Gosto das elaboradas porque você consegue se destacar e montar uma fantasia original.” E se chover e estragar a cabeça? “Faz parte do carnaval”, diz ele. A tiara deste ano será reaproveitada no pós-carnaval, mas nunca repetida na folia do ano que vem. “Levo carnaval a sério. Gosto mesmo de pensar em tudo. É a melhor época do ano para mim.”

Rede social

Na busca pelo adereço perfeito, o Instagram tem sido a principal ferramenta usada pelas clientes e pelas marcas. A Partiu_Carnaval, marca da arquiteta Laura Ferraz, de 27 anos, com outras duas amigas, foi criada virtualmente e acumula milhares de seguidores interessados nas cabeças. Em 2017, elas conseguiram venderam tops para o carnaval. Em 2018, não deram continuidade, mas retomaram as vendas com foco em adereços de cabeça para o carnaval deste ano. Na Partiu_Carnaval, a peça mais vendida é a tiara de flores e penas. Os valores variam de R$ 25 a R$ 70, de acordo com o material. “As mais baratinhas, tipo a de sereia, com conchas de verdade, fazemos em 15 minutos. As maiores, tipo uma enorme com vários planetas, são mais caras”, explica Laura. A artista plástica Patrícia Schettino, de 43 anos, comprou pela primeira vez um adereço de cabeça este ano. E resolveu investir: comprou duas tiaras para ela própria (cada uma a R$ 350) e outra para a filha, Beatriz, de 8 anos, por R$ 420. A da filha é rosa com penas e passarinhos, e as duas dela são dourada com flores da mesma cor e azul com pompons na frente. “A cabeça serve não só para enfeitar, para a gente se sentir bonita e alegre, mas para coroar”, relata ela, que adora pular carnaval. “Mas se eu puder de ideia e tiver alguma festa, vou usar. E minha filha também quando for curtir uma matinê vai usar.”

Pelo mundo

Fundadora da loja Can-Can Acessórios, Fernanda Guimarães diz que as peças na loja variam de R$ 200 a R$ 1,5 mil, segundo o tempo e o material usados. As clientes que optam por desembolsar esses valores por um adereço de cabeça, afirma ela, têm entre 25 e 35 anos, com mais maturidade financeira. 

Todo ano, Fernanda escolhe um país como tema, viaja até o local, adquire os materiais e cria as peças inspiradas na cultura daquele lugar. No ano passado, a opção foi pela Indonésia, então o dourado foi a principal cor dos itens. Este ano, as peças têm inspiração no México e na Guatemala. “São produtos mais exclusivos, com material muito especial”, conta.

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No outro extremo, está a Mangaba Acessórios, uma marca estreante de uma pessoa só no Instagram: a arquiteta Larissa Goto, de 30 anos, responde mensagens, confecciona cabeças e entrega. Tudo sozinha. Suas cabeças variam em torno de R$ 40 e R$ 70. Desde que começou, há um mês e meio, até agora, ela conseguiu vender mais de 45 peças, muito além do planejado.

"Sempre gosto de fazer modelinhos mais engraçados e coloridos, com mais flores. Não gosto de penas, tanto pela chuva que estraga, quanto pelos animais", diz ela. As cabeças mais vendidas na Mangaba foram a do disco voador com arco-íris e a do girassol lateral.

Larissa confecciona inclusive as próprias cabeças. Este ano, ela vai passar o carnaval em Olinda e ontem, enquanto conversava com o Estado, terminava de produzir as peças de clientes e dela mesma. "Vou levar algumas para vendar lá também", diz, rindo.

Para 2020, ela já sabe: vai ampliar as possibilidades de produtos. "Muitas meninas se interessaram por um tule que usei nas fotos que produzi para o Instagram e também de um brinco. Ano que vem penso em fazer mais peças do vestuário voltado para o carnaval. Talvez amplie para brincos e colares. O carnaval tem muito potencial de venda desse tipo."

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