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O que fazer na Vila Maria

Uma das principais atrações do bairro é acompanhar o vaivém nas calçadas, em clima de interior

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Por Redação
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Nascidos na Vila Maria, descendentes de portugueses, migrantes nordestinos, paranaenses, imigrantes bolivianos. Assim é a população da Vila Maria, bairro e distrito de mesmo nome, que tem mais de cem mil habitantes. Cravada na zona norte de São Paulo, conta com um animado centrinho comercial e ruas e avenidas movimentadas. Ainda assim, conserva um jeitinho pacato, e a atmosfera residencial de muitas áreas é seu principal trunfo. É comum ver as pessoas arrastando as sandálias de dedo pelas calçadas, deslocando-se a pé, feito cidade do interior. As casas com grandes quintais avizinham-se de outras, geminadas, coloridas e com a entrada de cara para a rua. Tudo isso dá a gostosa impressão de se ter viajado quilômetros estado adentro, distanciando-se do nervosismo da capital. 

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A Vila Maria surgiu em janeiro de 1917, do loteamento do Sítio Bela Vista pela Companhia Paulista de Terrenos. Em meados do século 20, a fim de levar o progresso e o desenvolvimento para a região, foi construída a ponte de madeira que atravessava o Tietê. Até então, só era possível passar de barco. As ruas não tinham calçamento e as pessoas pescavam no rio. Nas décadas de 30 e 70, começaram a chegar os imigrantes, sobretudo portugueses. A Vila Maria ainda ficaria conhecida como reduto de Jânio Quadros. Em 1955, ele foi eleito governador com apoio do bairro e muitos moradores garantem que o Bar do Pirilo, que existiu por ali, era seu preferido.

Hoje, a Vila Maria compreende, além do bairro de mesmo nome, o Parque Novo Mundo, o Jardim Japão e as vilas Maria Alta e Baixa. São administrados pela Subprefeitura Vila Maria/Vila Guilherme. Nenhuma linha do Metrô ou da CPTM chega ao bairro, mas alguns pontos de ônibus podem ser vistos nas principais vias. A escola de samba Unidos de Vila Maria, fundada em 1954, é referência na região como mantenedora de ações culturais, de lazer e prestação de serviços.

Comes e bebes

Lanchonetes e padarias: a Dizzy é a lanchonete mais famosa da Vila Maria (Praça Santo Eduardo, 206). Seus hambúrgeres são feitos artesanalmente com a mesma receita desde 1969. Outra especialidade é a maionese caseira, que acompanha lanches e batatas. Os milk-shakes são batidos com sorvete La Basque. O café é Nespresso. Outra pedida para uma refeição rápida é a Casa de Esfiha Pinguim (Av. Guilherme Cotching, 1119). Uma unidade da rede paulista Casa de Bolos (Av. Guilherme Cotching, 1215) garante o bocadinho doce em sabores do tipo maçã e castanha, amendoim e churros. A Padaria Nova Santo Antônio (Praça Cosmorama, 2) foi aberta em 1947 por um portugues e sua mulher, uma brasileira. Além de oferecer pães e cafés fresquinhos aos moradores da região, a panificadora guarda estreita ligação com o desenvolvimento da Vila Maria: foi aqui, por exemplo, que surgiu a primeira TV em preto e branco do bairro. 

Restaurantes: a Churrascaria Super Grill  (Av. Morvan Dias de Figueiredo, 3177) faz o estilo supervariado. Há um bufê de saladas, molhos e maioneses e outro de massas. Ao tradicional rodízio de carnes, juntam-se sugestões de pratos quentes, como bacalhau à portuguesa, salmão grelhado e risoto de camarão. Também tem sushi e sashimi. Outro endereço de dimensões superlativas em termos de variedade fica no número 41 da Avenida das Cerejeiras. É o DonaVilla Restaurante e Pizzaria. Além de mesa de entradas, principais e sobremesas na hora do almoço, oferece pizzas de coberturas clássicas, na linha calabresa, mussarela e portuguesa, mais menu de crespes, sopas, caldos e cremes. Fazem sucesso mandioquinha, caldo verde, canja de legumes e quatro queijos. Aberta 24 horas, a Churrascaria e Pizzaria Rossio (Av. Guilherme Cotching, 1621) ajuda a matar a fome na madrugada. No Recanto do Mocotó (Av. Conceição, 3232), a comida típica é nordestina. O cardápio lista especialidades do tipo baião-de-dois, feito com carne seca desfiada e feijão de corda, e mocofava, uma mistura de caldo de mocotó e fava. O cabrito atolado é um ensopado servido na companhia de mandiocas. Bares: Saída de Emergência (R. Itaúna, 229) atrai o público de fim de expediente, para uma conversa regada a cerveja ou vinho em taça. Tem música ao vivo. No Santo Trago Cervejaria (Rua Curuçá, 899), a clientela que gosta de samba, pagode e sertanejo se espalha por três ambientes.  

Desfile da Unidos da Vila Maria Foto: HÉLVIO ROMERO/AE

Passeios

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Clube Vila Maria (Prof. Maria José Barone Fernandes, 483): abriga campeonatos de futebol, saraus e festas típicas, como a noite italiana, que será realizada nesta sexta, dia 23 de outubro. Também é um dos locais mais tradicionais da Vila Maria, com 92 anos de história.

Escola de Samba Unidos de Vila Maria (Rua Cabo João Monteiro da Rocha, 448): é a cara do bairro. Além da reconhecida fama pelas participações no Carnaval, realiza ações sociais e promove a cultura, o lazer e o esporte. Você pode fazer aulas de fotografia, ballet, capoeira, violão e até cursos profissionalizantes. A escola mantém um projeto chamado ‘Um caso de Amor’, que busca proporcionar à comunidade atividades culturais, auxiliando no desenvolvimento social da região.

Praça Santo Eduardo fica no coração da vila, cortada pela Avenida Guilherme Cotching e a Rua Curuçá. Os bancos oferecem uma parada em meio ao movimentado comércio da região. Parque do Trote (R. Nadir Dias de Figueiredo, s/n, Vila Guillherme): ao lado da Vila Maria, o espaço de 187 mil metros quadrados tem parquinho infantil, pista de corrida, ciclovia, quadra poliesportiva e churrasqueiras. Está preparado para receber portadores de necessidades especiais.Praça Cosmorama (Confluência das ruas Santa Veridiana e Iacanga com a Av. Alberto Byington): É uma praça singela, com poucos bancos e árvores. Era aqui que um multidão se aglomerava para assistir a primeira TV preto e branco do bairro, que pertencia à Padaria Nova Santo Antônio, localizada em frente à praça. Nessas ocasiões, o local se tornava um verdadeiro cinema ao ar livre, com as pessoas sentadas em caixotes.

ComprasO comércio da Vila Maria gira em torno do entroncamento formado pelas ruas Curuçá e da Gávea e a Avenida Guilherme Cotching. Na altura da Praça Santo Eduardo, há desde lojas infantis, de sapatos e ambulatórios médicos até armarinhos e hotéis. A Guilherme Cotching ainda boa parte das agências bancárias.

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