03 de novembro de 2013 | 02h02
Memória
Desde que ergueu o edifício mais alto de São Paulo, em 1967, até poucos dias atrás, foram raros os dias em que Waldomiro Zarzur não viu a cidade do alto do 44.º andar. Agora, sua sala está vazia. O engenheiro, construtor e empresário, responsável por cerca de 250 obras, morreu ontem, aos 92 anos.
Além do Palácio W. Zarzur (também conhecido como Edifício Mirante do Vale, com 170 m de altura), Zarzur empreendeu outros marcos de São Paulo. Ele se considerava um dos responsáveis pela verticalização da cidade. "Todo construtor gosta de altura. E o povo também gosta", dizia ele.
São de sua lavra o Cine Júpiter, a Igreja Nossa Senhora do Paraíso, o Velódromo do Ibirapuera e o Hospital Albert Einstein. Foi também a construtora de Zarzur que ergueu o São Vito e o Mercúrio, recentemente demolidos.
Em 1953, Zarzur foi contratado para concluir a montagem do Monumento a Duque de Caxias, escultura de Victor Brecheret (1894-1955), na Praça Princesa Isabel. Dias antes da montagem final, repetindo o gesto protagonizado por autoridades - entre elas o governador Ademar de Barros - em 1950, houve um almoço dentro da barriga do cavalo.
Há pouco mais de um mês, na última vez em que conversou com a reportagem do Estado, Zarzur afirmou que considerava as escolas públicas erguidas nos anos 1950 como as obras mais importantes da carreira. "Porque escola é o que tem mais utilidade para a vida."
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