04 de abril de 2019 | 13h58
Atualizado 06 de junho de 2019 | 10h24
SÃO PAULO - A Prefeitura de São Paulo realizará na manhã deste sábado, 6, a assinatura da escritura de posse do terreno do Parque Augusta, na região central da capital paulista. Segundo a gestão Bruno Covas (PSDB), a previsão de abertura é para 2020. Antes da inauguração, a área passará por uma série de intervenções e instalação de equipamentos públicos, tais como cachorródromo, deck, redário e playground.
Um passeio pela 'Rua Augusta'
A maioria dos itens do projeto segue um desenho preliminar divulgado pelo Estado em 2017. O Parque Augusta integra uma série de propostas da gestão Covas para a região central, o que inclui também o Parque Minhocão, o Vale do Anhangabaú, o PIU Setor Central e a área dos calçadões do triângulo histórico.
"A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) informa que, após a assinatura da escritura da área, a Setin irá realizar a contratação do Projeto Executivo do Parque Augusta. Com o projeto finalizado, serão iniciadas as obras e a previsão é que em 2020 o parque seja entregue à população", informou a Prefeitura em nota.
O espaço terá três portões de acesso. O portão principal será o da Rua Caio Prado, enquanto os demais ficarão na Rua Augusta. Na área externa, o projeto prevê a recuperação das calçadas, reforço do muro e troca do gradil, além da criação de vagas de estacionamento para pessoas portadoras de necessidades especiais.
Dentro do parque, serão instalados 19 lixeiras e oito bebedouros, tanto do modelo comum como para cães, além de três bicicletários e sanitários públicos. Para descanso, está previsto um redário. A parte de lazer também contempla um cachorródromo (de 450 metros quadrados), uma área de prática de slackline, equipamentos de ginástica para terceira idade e um playground, com brinquedos inclusivos.
O parque terá uma praça e um deck elevado, ambos em madeira plástica e com, respectivamente, 559 e 440 metros quadrados. Além disso, incluirá um centro de compostagem e manejo, um centro de informações turísticas e um espaço para educação ambiental e atividades culturais, instalado em uma antiga edificação da área, ligada ao Colégio Des Oiseaux. Em uma área com remanescentes históricos do colégio, será criada uma trilha de terra batida.
O terreno do parque fica em uma área com edificações tombadas. A área foi sede do Palacete Uchoa a partir de 1902, obra que teve projeto do arquiteto francês Victor Dubugras e foi demolida 60 anos depois. Quatro anos depois, o imóvel foi vendido às Cônegas de Santo Augostinho, sendo transformado no Colégio Des Oiseaux, exclusivo para meninas e que funcionou até 1967.
Ao longo dos anos, o colégio criou um edifício anexo. Como o lote era maior, o terreno do parque ainda contemplou a a Escola Santa Mônica, de 1910 a 1974, e o Instituto Superior de Filosofia, Ciências e Letras Sedes Sapientiae, projetado por Rino Levi e construído em 1941 (sendo incorporado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo em 1946).
Segundo levantamento da Prefeitura, um decreto municipal de 1973 determinou a proteção do bosque e ocupação máxima de 25% do total do terreno. Em 1989, a área foi declarada patrimônio ambiental em novo decreto, dessa vez estadual. Já em 2002, a implantação do Parque Augusta foi determinada no Plano Diretor, enquanto o espaço foi oficialmente criado um ano depois.
Embora a maior parte das construções antigas tenha sido demolida, ainda há remanescentes na área, como a Casa do Bosque e o portal da Rua Caio Prado, que são tombados pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). A área inclui, ainda, resquícios históricos como degraus, piscos e percursos, dentre outros.
Após o fechamento das escolas, o terreno foi utilizado como estacionamento, além de abrigar atividades diversas e ter sido cogitado para empreendimentos habitacionais e comerciais. Em 2018, a Prefeitura fez um acordo com as construtoras proprietárias da área, que receberão títulos de potencial construtivo para aplicar em outros terrenos. Em novembro, a Justiça extinguiu a última ação que travava a transferência do terreno.
As construtoras precisarão pagar uma indenização de R$ 9,8 milhões, dos quais R$ 6,2 milhões serão quitados por meio dos serviços de implantação do projeto do parque e de um boulevard que ligará a área (pela Rua Gravataí) até a Praça Roosevelt. Do valor pago pelas empresas, R$ 2 milhões serão empregados na manutenção do parque por dois anos, enquanto o restante será repassado para a construção de um Centro de Convivência Intergeracional e na reforma de uma Instituição de Longa Permanência para Idosos.
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