Novo caixa será à prova de dinamite

Modelo, que custou US$ 1 milhão para ser desenvolvido, protege totalmente de explosões o compartimento das cédulas

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Por Redação
Atualização:

Caixas eletrônicos à prova de dinamite devem chegar ao mercado em outubro, na tentativa de impedir ladrões de continuar explodindo as máquinas para levar o dinheiro. O modelo foi apresentado ontem pela fabricante Diebold e pela TecBan, que administra a rede do Banco24Horas.

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Por fora, o terminal eletrônico não tem nenhuma diferença em relação a um caixa tradicional. Mas o caixa teve mudanças internas e, mesmo com explosão de dinamites, a estrutura onde fica o dinheiro não é destruída. Além disso, as notas vão ficar manchadas. "O objetivo é desencorajar os bandidos, pois não vão conseguir abrir a caixa com as notas e elas sempre vão ficar manchadas", disse o diretor de Marketing e Vendas da Diebold, Carlos Benedetto. A tinta não sai nem com solventes.

O projeto custou US$ 1 milhão. O executivo conta que o desenvolvimento do terminal levou em conta os conceitos de Física, como a teoria da dissipação de energia produzida no momento da explosão. Em um caixa tradicional, a porta do terminal sempre é a primeira a explodir e os ladrões têm acesso ao cofre onde está o dinheiro. Agora, as ondas são direcionadas para o topo do terminal. "Como não é possível impedir a onda de ataques a caixas eletrônicos, nosso foco foi criar uma forma de proteger o dinheiro", destacou Matheus Marcondes Neto, da Diebold.

O cofre onde fica o dinheiro também é resistente a outras técnicas usadas pelos bandidos, como maçaricos e furadeiras.

No ano passado, a capital registrou mais de cem roubos a caixas. Questionada sobre o assunto, a Polícia Militar não informou balanço de 2012. O delegado Ítalo Zacaro Neto, do setor de inteligência do Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado (Deic), afirmou que é preciso esperar para saber se o novo caixa impedirá, de fato, que os criminosos continuem praticando esse tipo de roubo. "É questão de tempo os criminosos acharem um jeito de driblar esquemas de proteção. Mas podemos chegar a um ponto em que os bandidos precisarão de tanto explosivo que acabarão destruindo o dinheiro", afirmou.

Para ele, é preciso haver maior controle de explosivos para coibir o crime. Em 29 de fevereiro, um caminhão cheio de explosivos vindo de Piquete, no Vale do Paraíba, foi roubado quando cruzava a capital. Pelo menos 500 quilos de explosivo plástico e 5 mil metros de cordel detonante foram levados. / ALTAMIRO SILVA JÚNIOR e ARTUR RODRIGUES

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