Novo aeroporto em São Paulo deve ser privado, diz Jobim

Ministro afirma que já está em estudo a construção do novo terminal, que deverá custar R$ 5 bilhões

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Por Luciana Nunes Leal
Atualização:

Além do Galeão, no Rio, e de Viracopos, em Campinas, o novo aeroporto de São Paulo também será entregue à iniciativa privada. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, informou nesta sexta-feira, 5, que está em estudo a concessão privada para a construção do novo terminal aeroportuário. O custo total do empreendimento é estimado em R$ 5 bilhões. No entanto, ainda não há localização escolhida nem data prevista para o início das obras. Segundo Jobim, Galeão e Viracopos estarão sob administração privada já em 2009. Veja também: BNDES deve concluir estudo sobre aeroportos até março Anac exclui Congonhas da lista de aeroportos internacionais Lula confirma concessão do Galeão e Viracopos, diz Cabral Concessão de aeroportos causará perda de receita, diz Infraero Anac exclui Congonhas da lista de aeroportos internacionais Infraero reconhece superfaturamento maior em Cumbica Ipea diz que Olimpíadas geram desenvolvimento no país-sede Das medidas anunciadas, só uma vigora Especial sobre a crise aérea  Todas as notícias sobre a crise aérea     "O presidente determinou estudos da concessão do Galeão e Viracopos e análise da concessão para construção do quarto aeroporto de São Paulo. Esperamos no ano que vem ter condições de lançar o edital (do Galeão e de Viracopos) e ter esse assunto resolvido. O fundamental é o edital. Não é um edital comum. Prevê uma série de situações de prestação de serviços. Poderemos então dimensionar também a Infraero vis a vis uma operação privada. Teremos uma noção dos ajustamentos necessários", disse Jobim, depois de uma solenidade no porta-aviões São Paulo, no 1.º Distrito Naval. Jobim afirmou que a decisão do governo de privatizar aeroportos não impede a abertura do capital da Infraero, a estatal que administra os aeroportos brasileiros. Até agora, tanto Jobim quanto o presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, defendiam a abertura do capital em vez da privatização. O principal argumento de Gaudenzi é que apenas 10 dos 67 aeroportos administrados pela estatal são lucrativos e seriam os únicos a interessar à iniciativa privada. "A questão é como fazer o equilíbrio", costuma dizer o presidente da Infraero. A escolha do Galeão e de Cumbica, informou o ministro, foi feita por serem "aeroportos-chave". No caso do aeroporto do Rio, pesou o fato de a cidade concorrer a sede das Olimpíadas de 2016. "Asseguramos uma nota melhor no aspecto aeroporto para o Rio de Janeiro", afirmou Jobim. Viracopos, segundo o ministro, será entregue à concessão privada devido à urgência na ampliação do aeroporto, para desafogar Congonhas e Cumbica, em Guarulhos. No caso do novo aeroporto de São Paulo, o ministro não tem arriscado prazos para o início das obras, muito menos para a entrada em operação. O estudo para escolha da localização deve custar R$ 40 milhões. A compra e preparação do terreno é estimada em R$ 2 bilhões. Em julho do ano passado, em plena crise causada pelo acidente com o avião da TAM, o governo anunciou a construção do aeroporto como uma das medidas cruciais para desafogar o aeroporto de Congonhas, onde aconteceu a tragédia, e falou em uma gestão de parceria entre o setor público e o privado. Chegou a fixar prazo de 3 meses para escolha do município onde seria construído. Dez dias depois, porém, recuou e avaliou que não havia tanta urgência na obra. A coordenação dos estudos para concessão privada dos três aeroportos ficará a cargo do presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Jobim reiterou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "determinou também a formulação de uma política de pessoal no sentido de aproveitamento de funcionários da Infraero que operam tanto no Galeão quanto em Viracopos". No entanto, não esclareceu como os servidores públicos, muitos deles concursados e com estabilidade, poderão ser absorvidos por empresas privadas. Texto ampliado às 19h31 para acréscimo de informações.

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