29 de julho de 2011 | 10h32
Em entrevista à rádio Estadão ESPN, o presidente da Associação das Famílias e Vítimas do Voo 447 da Air France, Nelson Faria Marinho, afirmou que os familiares repudiam o relatório divulgado hoje pelo Escritório de Investigações e Análises (BEA) que aponta erros dos pilotos do voo que caiu no mar em 2009. Para Marinho, o "defeito foi mecânico", causado por falha no Pitot, o sensor de velocidade.
"Nós repudiamos essa posição de culpar uma pessoa que não está aqui para se defender, em primeiro lugar. Em segundo, o relatório traz uma contradição muito grande, já que o governo France e o próprio BEA admitiram que o pitot - sensor de velocidade- deu defeito, o que é uma falha mecânica. O avião já estava em fase de cruzeiro, e se o pitot, que é de fabricação francesa de péssima qualidade, não tivesse dado defeito não teria provocado um efeito dominó de defeitos e derrubado o avião", afirmou o presidente da associação.
Na sua opinião, o relatório é uma preparação da opinião pública, para que as pessoas aceitem essa versão. "Nós não aceitamos isso. Tenho um repúdio da associação alemã onde um especialista renomado da universidade de Berlim fala sobre o caso. Ele também defende que o defeito é do avião e diz que a culpa não é do piloto", disse.
Ele acrescentou que dois inquéritos estão em andamento no Brasil em paralelo ao dos franceses e que a Associação das Famílias das Vítimas já pediu uma audiência com a presidente Dilma Rousseff para que ela libere o Cenipa, que é um órgão militar e investigador de prevenção de acidentes, para participar das investigações.
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