'Nós já tínhamos consciência de que a migração ocorreria'

Responsável pela coordenação da Ação Integrada Centro diz que, apesar de criticada, dispersão é boa

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Por Redação
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Responsável por coordenar a Ação Integrada Centro, a secretária de Estado de Justiça e da Defesa da Cidadania, Eloisa de Sousa Arruda, chegou na quarta-feira de viagem, um dia depois do começo da operação policial na cracolândia. Segundo ela, as conversas entre as áreas sociais e de segurança do governo sobre uma ação no centro começaram em junho. Em novembro, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) ligou para o prefeito Gilberto Kassab (PSD) para que ele também participasse.Uma reunião ocorreu em 4 de dezembro. Ficou acertado que os coordenadores das pastas passariam a conversar. Em dezembro, ninguém havia definido data para a ação. Só se sabia que a operação ocorreria no começo do ano.Como a senhora analisa o começo da operação?O balanço é positivo, apesar das críticas que estão sendo feitas - e que nós já esperávamos -, de que a medida é meramente policial. A ação é gradual, pode ser lenta, não sabemos quanto tempo demora, mas já temos bons resultados. Já foram presos quatro traficantes e capturados 14 condenados. Ainda houve mais de cem abordados por agentes de saúde, além de abordagens sociais. É possível evitar a migração de usuários de drogas para outros bairros?Nesse momento, já tínhamos consciência de que a migração ocorreria. Se chegamos para abordar traficantes, é claro que traficantes e usuários se dispersariam. A dispersão, apesar de criticada, é boa. A atuação dos agentes de saúde e assistência social era dificultada por causa do aglomerado. E a abordagem exige intimidade para dar resultado.São Paulo não corre o risco de agora ter várias pequenas cracolândias espalhadas pela cidade?Eu digo que, em um momento inicial, isso até pode acontecer. Mas nosso objetivo é não permitir que sejam formados grandes conglomerados humanos e urbanos onde haja oferta de drogas e usuários no mesmo espaço.Houve precipitação no lançamento da operação?Sabíamos que ocorreria no começo do ano. Mas as decisões na polícia nem sempre são divulgadas.Isso gerou mal-estar?Se houve mal-estar inicial, isso já está 100% superado. O que importa é que agora estamos trabalhando juntos. / BRUNO PAES MANSO

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